quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sermão do Pe. Francois Chazal (FSSPX), na Coréia do Sul - Parte II


[Tradução: Maria Dolores Ribeiro Orge] Parte II A Verdade adulterada À luz do anterior, podemos determinar que submeter-nos a Bento XVI é um adultério da verdade. O Papa Bento XVI é o melhor de sua espécie, o Mercedes Benz, Porsche e BMW da modernidade. Na atual circunstância concreta, essa loucura é um...a desleal saída da verdade, a entrega da própria tradição e a preparação do massacre das almas dos que se colocaram sob a proteção da Sociedade faz agora quarenta anos. Felizmente, a Providência sempre interveio para impedir que o irreparável aconteça, mas seria mais útil e seguro saber, de antemão, que pecado está implicado por um acordo com a nova Roma. FÉ: a Fé não pode existir sem sua confissão. A Fraternidade São Pio X foi pensada por seu fundador para ser um exército permanente da fé, combatendo Cartago. Pode levar-se e de fato se levará muitos golpes, mas se renuncia a sua posição pública contra o erro é sua autodemolição. De Satanás, Nosso Senhor diz: “En veritate no stetit” “Ele não permaneceu na verdade” (São João VIII, 44) e o mesmo poderia dizer-se de nós se nos suavizamos. Nosso Senhor discute com os judeus desde a perspectiva da verdade, o tema principal de todo o Evangelho de São João em que, frequentemente, a autoridade está contra a Verdade. São João não é revolucionário, se a autoridade segue a verdade, então, por certo, a autoridade deve ser seguida. Mas a autoridade pode falhar com relação à verdade, frequentemente. Quando a Fé está em perigo, nosso dever para com ela se torna imenso, e este dever é o objeto do sacramento da Confirmação no qual se unge a testa com o Crisma contra a vergonha na luta pela fé. São Paulo diz que o coração crê na Fé para sua própria justificação, porém, mais importante que a confissão da Fé é que esta tem que ser feita por sua salvação e a salvação dos espectadores extraviados e confundidos. A maioria de nós se converteu ao catolicismo tradicional em virtude da confissão da fé de outros católicos, o que está a ponto de mudar tão logo como a nova Roma nos ponha em uma posição de silêncio sobre seus erros. Mais do que destruir-nos diretamente, Roma nos quer incluir em uma unidade de contenção agradável. Sem dúvida, uma unidade de contenção é uma prisão, não importa quão cômoda e bem equipada seja. Nossa fé não nos pertence, pertence ao candeeiro, pertence àqueles no mundo que possam aproveitá-la e que dão impulso para exercer pressão para que Roma retorne à fé. ESPERANÇA: porque nesta hora sombria, em lugar de um retorno falso, não é um regresso completo de Roma à Roma Eterna o que estamos buscando? O livro do Apocalipse nos adverte contra o engano de Sardes, que tem o nome de estar vivo, mas em realidade está morta (os persas atacaram Sardes pelo engano) (Apoc. III, 1), contra a natureza enganadora do cavalo pálido (nem totalmente negro nem branco por inteiro), cujo cavaleiro leva por nome: morte, porque a mistura da verdade e do erro mata mais almas que as heresias evidentes do cavalo negro e as violentas perseguições do cavalo vermelho (Apoc. VI, 8)), e contra os gafanhotos devoradores que têm a aparência da Caridade (Apoc. IX, 7). Nossa Senhora é totalmente branca, não cinza, e lhe encanta a pureza de um exército em ordem de batalha. Ela não prometeu a metade ao Papa em consagrar a Rússia (com a Rússia não convertida como resultado), e menos ainda um Papa que deforma sua mensagem, senão um Papa que vai fazer exatamente o que ela pede. Tal menção de um grande Papa também está na profecia de São Malaquias e outras profecias. Como pode ser de outra maneira, se a brancura que veste o Papa significa a pureza de sua doutrina e a santidade de suas ações como líder da única sociedade capaz de salvar a raça humana. Nossa esperança é que a Igreja se converta de novo na arca da salvação, que chegue a ser capaz de gerar filhos para o Céu. Essa é a Missão e a Caridade da Igreja. A CARIDADE: nas circunstâncias atuais, qualquer acordo com a Roma de hoje em dia é uma negação da Missão da Fraternidade, a qual foi pensada precisamente para resgatar as almas das garras dos lobos, sejam papas, cardeais, bispos ou sacerdotes… em todo o mundo, já que a igreja oficial está falhando temporalmente em sua missão. Não se pode evitar as garras da besta colocando-se sob sua cabeça, senão ficando totalmente fora de seu alcance. Em segundo lugar, porque muitos dos sacerdotes da FSSPX não estão de acordo com a proposta de giro de 180°, que necessariamente terminará em uma horrível divisão. Vai fazer-nos parecer como uma seita, um lado da divisão lutando contra “o outro lado”, fazendo ricos aos advogados por averiguar de que lado vai ficar tal ou qual bem da FSSPX. Isto, por sua vez, vai dissuadir muitos de nossos fiéis que não têm os elementos para julgar de que lado ficar, e afastaria aos recém-chegados à Tradição, ao dar-se conta desta amarga luta interna vindoura. É por isso que não posso entender, de forma alguma, a cruel frase de “Não podemos descartar uma fratura”. Pelo contrário, só se necessita de uma reapresentação de nossa posição doutrinal e uma avaliação da nova Roma baseados na realidade de permanecer na unidade entre nós. A verdade unifica e se a Fraternidade São Pio X resiste à tempestade, tornar-se-á indivisível durante muitos anos por vir. Não é o dividir a crueldade que a Roma de hoje está buscando? Não estão os sedevacantistas, ao ver-nos, tendo o melhor momento de sua vida? O suicídio é um pecado contra a caridade, não estamos no direito de tirar a vida a toda uma congregação, e esse problema deve ser a única preocupação do próximo Capítulo Geral. PRUDÊNCIA: Mons. Lefebvre nunca confiou na nova Roma, inclusive quando estava em negociações com ela, porque ele tinha uma visão clara de seu funcionamento constante no erro. Mas, inclusive se os romanos não foram capazes de enganá-lo, manifestou claramente que a experiência não deve repetir-se depois de sua partida, até que Roma volte por completo à Tradição. Como podemos ter a pretensão de ser mais inteligentes que o Arcebispo, que escapou dos astutos romanos por muito pouco? E se não compartilhamos a mesma firmeza de análise de Mons. Lefebvre, como podemos pretender elucidar as propostas práticas que Roma está constantemente pendurando diante de nós? Como podemos aceitar ter inclusive um pequeno risco (e o risco é, na verdade, enorme) de perder tanto pela mão de nossos comprovados inimigos? O estudo de Barbier e Crétineau Joly teve um papel importante na conduta prática e doutrinal do Arcebispo. Estes dois autores afirmam claramente que depois de seu período destrutivo inicial (o Terror, no caso da Revolução Francesa, e os sessenta e setenta no caso do Concílio Vaticano II), a Revolução decide suavizar sua aproximação aos seus inimigos. Isto se conhece como a fase “termidoriana” (subterrânea) da Revolução, cujo melhor exemplo foi o Tratado de La Jaunaye, que concluiu as guerras de Vendée, ao dividir o exército católico entre os que estavam cansados da guerra e os seguidores irredutíveis de Charette, que foram liquidados logo que foram colocados em um estado de isolamento dos demais, que estavam menos dispostos a lutar. Ao longo do século XIX, o catolicismo francês permaneceu dividindo-se entre liberais e tradicionalistas, todo o caminho até o Concílio Vaticano II. Todas as revoluções têm sua fase de maturação aparente com o fim de isolar aqueles que ainda querem lutar contra ela, é por isso que é tão importante para nós não confundirmos a falsa restauração, o falso regresso de Roma à Tradição, com a conversão real e total do Papado, que irá suceder, mas no tempo de Deus. Não devemos sonhar com um final feliz desta crise. “Custos quid de nocte?”, diz a Escritura, “Sentinela, que foi da noite?” É a luz do dia a que se aproxima ou é somente luz enganadora? A pergunta angustiante para nós é qual a proporção que corresponde em nossas filas, dos que estão cansados desta guerra contra a nova Roma, que pensam que é só uma pretensão de heroísmo inútil, daninha e orgulhosa. JUSTIÇA: “Mas, Padre, Roma está propondo reparar a injustiça cometida contra nós, Roma quer ser justa e dar-nos um lugar”. Em primeiro lugar não estamos lutando para limpar nossa honra, melhor devemos ser igual a Susana, que aceitou submeter-se à acusação injusta, ou como Rebeca, que disse “Que esta maldição seja sobre mim, meu filho”.Nossa situação é a de um filho expulso de sua casa por seu pai bêbado, por resistir aos abusos contra sua mãe. Depois de uns dias, o pai aceita restabelecer o filho de volta na casa com a condição de que não o repreenda sobre suas doses de whisky e os episódios de mal gênio contra sua mãe. O comportamento da nova Roma deve ser completamente irrepreensível, o pai deve por fim ao seu abuso antes que possa restabelecer seu filho. FORTALEZA: o objetivo da guerra é a destruição da vontade de lutar na mente do oponente. Um general se diferencia de um empresário ou de um burocrata no sentido de que deve ser prudente como eles, mas também deve manter esta prudência sob o fogo (cf. Sun Tsu, “A Arte da Guerra”). Patton disse aos seus soldados “Temam nada mais do que seu general, porque se ele for bom e você se comportar mal, vai lhe açoitar (o traseiro)! Enquanto se você for mal, é o inimigo quem vai lhe açoitar (o traseiro)”. Espero de verdade que nenhuma Irmã esteja lendo este artigo, do contrário, estou encrencado. Mons. Fellay fala das ameaças procedentes de Roma, mas quais são estas coisas terríveis? Uma nova excomunhão ou suspensão? Estamos bem treinados em ser excomungados e suspensos por causa da verdade e também pode-se observar que, para um castigo ser Ver mais

Sobre a realeza de Maria e a instituição de sua festa a 31 de maio.

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Sobre a realeza de Maria e a instituição de sua festa a 31 de maio.


[...] Segundo a tradição e a sagrada liturgia, o principal argumento em que se funda a dignidade régia de Maria é, sem dúvida, a maternidade divina.
Na verdade, do Filho que será dado à luz pela Virgem, afirma-se na Sagrada Escritura: “chamar-se-á Filho do Altíssimo e o Senhor Deus dar-lhe-á o trono de Davi, seu pai; reinará na casa de Jacó eternamente, e o seu reino não terá fim”(Lucas 1,32,33); ao mesmo tempo que Maria é proclamada “a Mãe do Senhor” (Lucas 1,43). Daqui se segue logicamente que Maria é Rainha, por ter dado a vida a um Filho, que no próprio instante da sua concepção, mesmo como homem, era Rei e Senhor de todas as coisas, pela união hipostática da natureza humana com o Verbo. Por isso, muito bem escreveu São João Damasceno: “Tornou-se verdadeiramente senhora de toda a criação, no momento em que se tornou Mãe do Criador”. E assim o arcanjo Gabriel pode ser chamado o primeiro arauto da dignidade real de Maria.
Contudo, nossa Senhora deve proclamar-se Rainha, não só pela sua maternidade divina, mas ainda pela participação singular que Deus quis que Ela tivesse na obra da salvação. “Que pode haver – escrevia nosso predecessor de feliz memória, Pio XI – mais doce e suave do que pensar que Cristo é nosso Rei, não só por direito de natureza, mas ainda por direito adquirido, isto é, pela redenção? Repensem todos os homens, esquecidos do quanto custamos ao nosso Redentor e recordem todos: “Não fostes remidos com ouro ou prata, bens corruptíveis[...], mas pelo precioso sangue de Cristo, cordeiro imaculado e sem mancha’.(1ª Pedro 1,18,19) “Não pertencemos portanto a nós mesmos, pois Cristo a alto preço nos comprou”.(1ª Coríntios 6,20).
Sua cooperação na redenção
Ora, ao realizar-se a obra da redenção, Maria santíssima foi intimamente associada a Cristo, e por isso justamente se canta na sagrada liturgia: “Santa Maria, Rainha do céu e Senhora do mundo, estava traspassada de dor, ao pé da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”. E um piedosíssimo discípulo de Santo Anselmo podia escrever na Idade Média: “Como… Deus, criando todas as coisas pelo seu poder, é Pai e Senhor de tudo, assim Maria, reparando todas as coisas com os seus méritos, é mãe e senhora de tudo: Deus é senhor de todas as coisas, constituindo cada uma delas na sua própria natureza pela voz do seu poder, e Maria é Senhora de todas as coisas, reconstituindo-as na sua dignidade primitiva pela graça, que lhes mereceu”. De fato “como Cristo, pelo título particular da redenção, é nosso senhor e nosso rei, assim a bem-aventurada Virgem [é senhora nossa] pelo singular auxílio, prestado à nossa redenção, subministrando a sua substância e oferecendo voluntariamente por nós o Filho Jesus, desejando, pedindo e procurando de modo singular a nossa salvação”.
Dessas premissas se podem argumentar: Se Maria, na obra da salvação espiritual, foi associada por vontade de Deus a Jesus Cristo, princípio de salvação, e o foi quase como Eva foi associada a Adão, princípio de morte, podendo-se afirmar que a nossa redenção se realizou segundo certa “recapitulação”, pela qual o gênero humano, sujeito à morte por causa duma virgem, se salva também por meio duma virgem; se, além disso, pode-se dizer igualmente que essa gloriosíssima Senhora foi escolhida para Mãe de Cristo “para lhe ser associada na redenção do gênero humano” e, se realmente, “foi ela que – isenta de qualquer culpa pessoal ou hereditária, e sempre estreitamente unida a seu Filho – o ofereceu no Gólgota ao eterno Pai, sacrificando juntamente, qual nova Eva, os direitos e o amor de mãe em benefício de toda a posteridade de Adão, manchada pela sua desventurada queda”, poder-se-á legitimamente concluir que, assim como Cristo, o novo Adão, deve-se chamar Rei não só porque é Filho de Deus, mas também porque é nosso redentor. Assim, segundo certa analogia, pode-se afirmar também que a bem-aventurada Virgem Maria é Rainha, não só porque é Mãe de Deus, mas ainda porque, como nova Eva, foi associada ao novo Adão.
Sua sublime dignidade
É certo que no sentido pleno, próprio e absoluto, somente Jesus Cristo, Deus e homem, é Rei, mas também Maria – de maneira limitada e analógica, como Mãe de Cristo-Deus e como associada à obra do divino Redentor, a sua luta contra os inimigos e ao triunfo deles obtido participa da dignidade real. De fato, dessa união com Cristo-Rei deriva para ela tão esplendente sublimidade, que supera a excelência de todas as coisas criadas: dessa mesma união com Cristo nasce aquele poder real, pelo qual ela pode dispensar os tesouros do reino do Redentor divino; finalmente, da mesma união com Cristo se origina a inexaurível eficácia da sua intercessão junto do Filho e do Pai.
Portanto, não há dúvida alguma que Maria Santíssima se avantaja em dignidade a todas as coisas criadas e tem sobre todas o primado, a seguir ao seu Filho. “Tu finalmente, canta São Sofrônio, superaste em muito todas as criaturas… Que poderá existir mais sublime que tal alegria, ó Virgem Mãe? Que pode existir mais elevado que tal graça, a qual por divina vontade só tu tiveste em sorte?” A esses louvores acrescenta São Germano: “A tua honra e dignidade colocam-te acima de toda a criação: a tua sublimidade faz-te superior aos anjos”. São João Damasceno chega a escrever o seguinte: “É infinita a diferença entre os servos de Deus e a sua Mãe”.
Para melhor compreendermos a sublime dignidade, que a Mãe de Deus atingiu acima de todas as criaturas, podemos considerar que a Santíssima Virgem, desde o primeiro instante da sua conceição, foi enriquecida de tal abundância de graças que supera a graça de todos os santos.
Por isso, como escreveu na carta apostólica Ineffabilis Deus o nosso predecessor, de feliz memória, Pio IX, Deus “fez a maravilha de a enriquecer, acima de todos os anjos e santos, de tal abundância de todas as graças celestiais hauridas dos tesouros da divindade, que ela – imune de toda a mancha do pecado, e toda bela apresenta tal plenitude de inocência e santidade, que não se pode conceber maior abaixo de Deus, nem ninguém a pode compreender plenamente senão Deus”.
Com Cristo, ela reina nas mentes e vontades dos homens
Nem a bem-aventurada Virgem Maria teve apenas, ao seguir a Cristo, o supremo grau de excelência e perfeição, mas também participou ainda daquela eficácia pela qual justamente se afirma que o seu divino Filho e nosso Redentor reina na mente e na vontade dos homens. Se, de fato, o Verbo de Deus opera milagres e infunde a graça por meio da humanidade que assumiu e se utiliza dos sacramentos e dos seus santos como instrumentos para salvar as almas, por que não há de servir-se do múnus e ação de sua Mãe santíssima para nos distribuir os frutos da redenção? “Com ânimo verdadeiramente materno para conosco, como diz o mesmo predecessor nosso, de feliz memória, Pio IX – e ocupando-se da nossa salvação, ela, que pelo Senhor foi constituída rainha do céu e da terra, toma cuidado de todo o gênero humano, e – tendo sido exaltada sobre todos os coros dos anjos e as hierarquias dos santos do céu, e estando à direita do seu unigênito Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor – com as suas súplicas maternas impetra com eficácia, obtém quanto pede, nem pode deixar de ser ouvida”. A esse propósito, outro nosso predecessor, de feliz memória, Leão XIII, declarou que foi concedido à bem-aventurada virgem Maria um poder “quase ilimitado” na distribuição das graças; São Pio X acrescenta que Maria desempenha esta missão “como por direito materno”.[...]
Excerto da carta encíclica do Papa Pio XII “Ad Caeli Reginam” sobre a realeza de Maria e a instituição da sua festa, n°s. 34-40. Publicado no boletim paroquial “A Voz da Rainha”, Pe. Renato Leite, de Maio de 2011.

terça-feira, 29 de maio de 2012

NEOCATECUMENATO: "unidade na diversidade"

NEOCATECUMENATO: "unidade na diversidade"

"O Cristianismo não é, de jeito nenhum, uma doutrina que se pode aprender com catecismos e teologias. O Cristianismo é uma Boa Notícia, um acontecimento histórico, o que o distingue de todas as filosofias e religiões" (Kiko, Apostila cit. p. 98).

Lembro-me, por exemplo, de um moço de Florença que, diante de todo o mundo, disse: 'Eu sou homossexual e ben...digo a Deus com todo o meu coração porque sou assim. Ia ao psiquiatra, nunca a psicologia me salvou. Hoje, posso testemunhar, diante de todos vocês, que eu sou salvo pelo poder de Jesus Cristo"

"Dizia isso porque Deus o tinha feito sentir, com uma potência imensa, e ver, com uma clareza enorme, que Deus tinha permitido tal coisa em sua vida para que ficasse para sempre amarrado a Ele. Isso tinha-lhe feito sentir o Senhor até o ponto de ser capaz de dizer diante de todos que Deus, através disto, o tinha apanhado para si e sabia que nunca mais se separaria dele". (Kiko, Apostila cit. pp. 73-74).

"Existe, pois, uma grossa nuvem que nos tem impedido de receber a NOTÍCIA, o acontecimento que Deus fez para nós. Os termos teológicos são termos jurídicos segundo a mentalidade da Idade Média. Agora já se cancelou o "JURISDICISMO". O Concílio Vaticano II não fala mais em termos jurídicos, mas fala do MISTÉRIO PASCAL, o que é totalmente outra coisa, pois "pascal" refere-se diretamente à História, à intervenção histórica de Deus com o povo de Israel. Falar da Redenção é uma abstração, ao passo que falar do mistério pascal é história concreta' (Carmem, Apostila cit. O Querigma. 2a. parte, p. 123 III e 123 IV)

"O Concílio Vaticano II faz uma NOVA TEOLOGIA que nós trazemos. Não se fala mais de REDENÇÃO, mas de MISTÉRIO PASCAL: que é como uma nova primavera" (Carmem, Apostila, cit. p. 123 VI).

"É verdade que nós dançamos após a celebração, porque a Eucaristia é uma festa. E, se houver no chão migalhas, é possível que, sem querer, pisemos em cima delas. Mas é tomado todo o cuidado possível no sentido de evitar que caiam migalhas no chão."

"Jesus Cristo não é qualquer coisa de ideal que nós possamos realizar, não é um modelo." (Carmem, Apostila, cit, p. 123 VI)

"O Presidente [o sacerdote] seja breve. Digam-lhe que não faça sermões (...) que os padres não façam discursos às pessoas" (Kiko, Apostila citada, p. 158).

Não há eucaristia sem assembléia. É a assembléia inteira que celebra a festa e a eucaristia; porque a eucaristia é a exaltação da assembléia humana em comunhão; porque é o lugar exato no qual se manifesta que Deus agiu nesta Igreja criada, nesta comunhão. É desta assembléia que surge a eucaristia.

“Por isso quando na idade Média começa-se a discutir o sacrifício, no fundo discutem coisas que não existiam na eucaristia primitiva. Porque sacrifício na religião é "sacrum facere", fazer o sagrado, colocar-se em contato com a divindade através de sacrifícios cruentos. Neste sentido não há sacrifício na eucaristia: a Eucaristia é sacrifício, mas em outro sentido, porque na eucaristia há sim, a morte, mas há também a ressurreição da morte. A Eucaristia é Páscoa, passagem da morte à ressurreição. Por isso dizer que eucaristia é sacrifício é certo, mas é incompleto. A Eucaristia é sacrifício de louvor, um louvor completo de comunicação com Deus por.... Não é meu intuito analisar a que se propõe este movimento, definido como uma “ação” e não como uma “instituição”. O jornal SimSimNãoNão nº 68 de Set. 1998, pag. 4 já analisou mais profundamente estas heresias de um movimento que se instala em não poucas paróquias do mundo inteiro. Agora bem: o Vaticano acaba de aprovar seus estatutos tornando-o oficial dentro da vida da Igreja. Com toda a pompa, com a presença de Cardeais de cinco Congregações Romanas que trabalharam para esta aprovação. A informação é confirmada pela agência de notícias Zenit, em 28 de junho de 2002. A Igreja de Vaticano II continua favorecendo as heresias.

Mas não foi dito que Roma havia mudado? Que havia sinais evidentes de “conversão”? Que o Santo Padre estava empenhado em combater o Modernismo?

A verdade é bem outra, e não podemos esquecer que este novo escândalo vem juntar-se a tantos outros que, dia após dia, se foram consumando no pontificado de João Paulo II: acordo com os Luteranos, acordo com os cismáticos orientais, reuniões ecumênicas anuais contrariando as proibições da Santa Igreja e difundindo o indiferentismo religioso e a perda da fé.

Peço ao leitor um pouco de atenção, pois não quero tratar aqui de mais um escândalo, de mais um favorecimento de heresias por parte do Vaticano. Creio perceber nas atitudes dos detentores do Poder, tanto religioso quanto político, certas atitudes e métodos que precisamos conhecer para que nossa defesa seja mais séria, mais inteligente e eficaz.

Já passou o tempo em que os homens do poder escravizavam com as armas e gulags, perseguindo e destruindo os opositores do regime comunista.

Já se foi, igualmente, o tempo do início da revolução de Vaticano II, quando as reformas foram impostas sem piedade ao povo católico, mediante uma tremenda perseguição contra os defensores da Tradição. Hoje, com o recuo dos anos e com as novas experiências que vivemos, podemos compreender melhor o quanto os métodos empregados pelos chefes da Igreja, entrincheirados atrás da autoridade de um concílio ecumênico, se assemelhavam aos horrores do regime soviético. Talvez isso tenha que ver com a recusa formal dos padres conciliares a condenar solenemente o comunismo. Como publicou a Revista Permanência, em seu número 188-189, de julho de 1984, o Papa João XXIII selou um acordo com o Kremlin, em 1962, de não fazer críticas ao regime soviético, como condição para que o Patriarca cismático da Igreja Ortodoxa assistisse ao concílio, como observador.

Esta comparação que faço dos métodos empregados pelos chefes da Igreja com os métodos dos chefes comunistas deve ser entendida em sentido analógico. Não acuso aqueles homens de usar metralhadoras e campos de concentração, mas de usar uma força abusiva da autoridade para impor uma nova ordem dentro da Igreja, para impor uma nova religião, sem nenhuma possibilidade de recusa da parte dos padres tradicionais ou das famílias católicas. Toda a máquina da estrutura jurídica do Vaticano foi usada como um canhão destruidor, ameaçador, causando o terror na alma de milhões de católicos no mundo inteiro. O resultado desse massacre não demorou a se fazer sentir, quando virou moda dizer que Mgr. Lefebvre era “contra o Papa”, “bispo rebelde”, “cismático”. Mais do que isso, foi crescendo o número daqueles que queriam a Tradição, não gostavam da missa nova e das inovações do concílio, mas não tinham forças para reagir, para enfrentar o Regime. E muitas inteligências privilegiadas se recolheram a um mutismo enfraquecido, como um animal assustado que esquece sua força e corre procurando esconder-se. Muitas almas piedosas preferiram abandonar a Missa verdadeira, seu terço, sua fita do Apostolado, para bater palmas e tocar violão nas igrejas. E a fé foi desaparecendo. São os frutos diretos do concílio.

Mgr. Lefebvre era o alvo dos principais ataques vindos diretamente dos papas Paulo VI e João Paulo II, apesar de este último, no início do seu pontificado, ter afirmado que não via nele nenhum motivo de condenação. Mas os cardeais Seper, Villot, Casarolli e cia. não achavam isso.

O auge da perseguição aconteceu no momento das Sagrações, em 1988, quando um decreto de excomunhão, inválido e nulo, foi emitido pelo cardeal Gantin. A máquina vaticana mexeu suas peças no tabuleiro da mídia e, no mundo inteiro, os jornais fizeram troça do bispo de Ecône, insinuando histórias absurdas, ridicularizando o gesto de salvação da vida da Igreja. Grande estardalhaço na imprensa do mundo inteiro.

Roma mudou!

Ah, sim, com certeza, Roma mudou. No início, não compreendemos muito bem esta mudança. Constatamos algo diferente, sem saber explicar o porquê. Em 1991, quando da Sagração Episcopal de Dom Licínio Rangel, em São Fidélis, por três bispos da Fraternidade São Pio X, tanto da parte de Roma quanto da parte dos jornais do mundo inteiro não houve nada. Mas nada mesmo! Silêncio absoluto. Nem foto, nem charge, nem decreto de excomunhão. Estranho. Ao menos na época, parecia estranho.

Querem ver algo mais estranho? No ano seguinte, o império soviético desmoronou, do modo que sabemos. Também lá não haveria mais prisões, e mortes, e tanques destruindo a fina flor da sociedade da Rússia e demais países dominados.

Enquanto o mundo assistia a uma nova maneira de ser comunista, os homens do Vaticano iniciavam um novo tratamento aos recalcitrantes, os tradicionalistas. Não haveria mais excomunhão nem grandes oposições das dioceses. Roma levantara uma estrutura bem afiada para trazê-los de volta, culturalmente, sem choques. É a época da Comissão Ecclesia Dei, dos grandes convites para almoços, e de correspondência freqüente. Tentaram a isca suave do acordo prático. Não pegaram o peixe grande, mas os padres de Campos lhes serviram muito bem. Já voltaram ao ataque, agora com a isca do estudo teológico, mostrando que estão abertos a todas as tentativas, treinados que estão em tirar proveito até mesmo do recuo dos seus adversários.

A coisa é mais ou menos assim. Para que o muro de Berlim, se podemos controlar os homens pelo planeta inteiro? Vamos expandir as grades da prisão e cercar a terra com elas, com grades virtuais, no mundo da comunicação. Eles mesmos vão-nos informar onde estão e o que estão fazendo, livres para caminhar, para visitar os amigos, para ver televisão e ir ao cinema. Pois, ao chegar a casa, irão direto “interagir” pela Internet, ou beberão alguma dose suave do envenenamento universal num mundo globalizado.

Os homens da Igreja de Vaticano II, filhos deste século, adotam o mesmo método. Que os saudosos da Missa antiga tenham a liberdade de celebrar a Missa que querem: basta estabelecer uma situação em que eles queiram avisar onde estão, o que estão pensando. E nem perceberão que estão sendo manipulados. Basta que estejam presentes ao mundo do Vaticano II e ao espírito de Assis.

Não é apenas o aspecto de autocontrole o que marca a nova escravidão. Há também uma espécie de dinâmica das antíteses que, para eles, deve estar presente em todo o mundo da Informação, para que haja “democracia”.

Vocês não viram o que aconteceu com o jornal O Globo? Todo o mundo sabe que o Sr. Roberto Marinho fez um pacto com o PT. Saiu até na primeira página do jornal. De lá para cá, O Globo tornou-se a casa dos petistas de diversos matizes. Todos alegres, encontram-se em família. Ah! sim, havia o Roberto Campos, que escrevia o que uma pequena minoria antiquada ainda queria ouvir. É claro que o Roberto Campos era um homem respeitado. Mas não era por amores às suas idéias que ele escrevia no Globo do PT. Escrevia porque era preciso não deixar escapar os da “direita” que sempre leram aquele Globo onde tinham escrito Gudin, Corção, Nelson Rodrigues e outros “reacionários”, como diziam. Escrevia porque, dentro da Revolução Cultural, é importante que uma minoria possa exprimir as antíteses que alimentarão o “debate democrático” da manipulação das consciências.

Um dia, o Sr. Roberto Campos ficou doente e já não conseguia escrever. Grande problema para O Globo. Imagino com que cuidado foram buscar um substituto para Roberto Campos. Tão importante é a presença de um escritor “antítese”, que não se importaram em chamar um “excomungado” da mídia, escritor que chegara ao ponto de cometer o gravíssimo pecado de elogiar o Movimento de 1964. Pois foi assim que entregaram este lugar ao Sr. Olavo de Carvalho. Era necessário, mesmo trazendo artigos contra o PT.

Agora, também é assim na Igreja de Vaticano II. É importante para a “religião da democracia” que a minoria recalcitrante encontre seu lugar dentro da grande massa, dentro da humanidade feliz. Outros que celebrem a missa pop, ou a missa afro, ou a missa carismática. Desde que a minoria tradicionalista tenha seu cantinho reservado na grande confraternização universal e no culto “democrático” baseado no ecumenismo.

É por isso que não nos devemos espantar ao ver o Vaticano aprovar os estatutos do herético Movimento Neocatecumenal, seis meses apenas após ter aprovado os estatutos da tradicional Administração São João Maria Vianney. É a dinâmica democrática.

E não é que deram até um nome a esse sincretismo do Vaticano II?

Chamaram a essa festa de “Unidade na Diversidade”.


1. Notas: Citações das heresias do movimento Neo-catecumenal Francisco Arguelo -- Kiko -- Apostilas, Orientações às Equipes de Catequistas para a fase de Conversão, Anotações tiradas das gravações dos encontros realizados por Kiko e Carmem, para orientarem as equipes de catequistas de Madri, em Fevereiro de 1972.

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domingo, 13 de maio de 2012

“Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”.

“Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”.
Nossa Senhora de Fátima‹‹ Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fôgo que parcia estar debaixo da terra. Mergulhados em êsse fôgo os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronziadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que d’elas mesmas saiam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faulhas em os grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dôr e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios destinguiam-se por formas horríveis e ascrosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa bôa Mãe do Céu; que antes nos tinha prevenido com a promeça de nos levar para o Céu (na primeira aparição) se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.
Em seguida, levantámos os olhos para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza:
— Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores, para as salvar, Deus quer establecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra peor. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sufrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será consedido ao mundo algum tempo de paz ››.
Redacção feita pela Irmã Lúcia na “Terceira Memória”, de 31 de agosto de 1941, destinada ao Bispo de Leiria-Fátima.
Publicado originalmente em 2009.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Clergyman? Melhor a batina!

Clergyman? Melhor a batina!

Cardeal Giuseppe Siri.
Cardeal Giuseppe Siri.
Entendo oportuno chamar a atenção para um problema que está se tornando extremamente importante: o problema do hábito eclesiástico. [...] De fato, estamos testemunhando a maior decadência do hábito eclesiástico. [...] O hábito condiciona fortemente e, às vezes, até forja a psicologia de quem o veste. O traje [eclesiástico], de fato, é um compromisso quando de sua tomada, em sua conservação e em sua substituição. É a primeira coisa que se vê, a última que se depõe. Ele lembra o compromisso, a pertença, o decoro, o vínculo, o espírito de conjunto, a dignidade! Isto o faz de forma contínua. Cria, portanto, limites à ação; evoca constantemente esses limites; aciona a barreira do pudor, do bom nome, do próprio dever, da repercussão pública, das consequências das interpretações maldosas. [...]
O hábito não faz o monge por inteiro, mas certamente o faz em uma notável parte; em sua maior parte, conforme cresce a sua fraqueza de temperamento. [...] Por esta razão, a questão de um uniforme se agiganta no campo eclesiástico e requer a atenção de todos os que querem salvar as vocações e ter perseverança nos deveres, disciplina, piedade e santidade que aceitaram! [...]
Acontece que, em algumas cidades da Itália (não citaremos nomes, obviamente, mas estamos completamente certos do que dizemos), por causa da ausência do recato imposto pelo “sagrado uniforme”, chega-se a entretenimentos ainda proibidos pelo Código de Direito Canônico [de 1917]: boates, casas de má reputação e pior. Estamos a par das prisões de seminaristas feitas em cinemas infames e em outros locais menos recomendáveis. Tudo por causa do hábito traído! [...] O balanço que se faz. Aqui está:
- descrédito;
- desconfiança;
- insinuações fáceis e, às vezes, graves;
- padres que, começando pelo hábito e pelo desmantelamento da primeira humilde defesa, acabam onde acabam…
- crises sacerdotais, totalmente culpáveis aos responsáveis, porque começadas com a recusa das cautelas necessárias, exigidas pelo Direito Canônico e pelo Conselho dos Bispos…, com resultados ruinosos e insensatos…
- seminários que se esvaziam e não resistem, enquanto no mundo, tanto na Europa como na América, os seminários estão cheios, quando ordenados de acordo com a sua verdadeira origem, com hábito eclesiástico rigoroso, na verdadeira obediência ao Decreto conciliar Optatam totius;
- almas que se arrastam pela vida sem ter mais nenhuma capacidade de decisão, após a contaminação delas com o mundo.
[...] Eu creio que, em nosso tempo, justamente por suas características, possa ser difícil existir o espírito eclesiástico sem existir o desejo e o respeito pelo hábito eclesiástico.
[...] Aqui não estamos falando apenas de “hábito eclesiástico”, mas de batina. E tenhamos a coragem de encarar os fatos, sem medo algum do que pode ser dito. [...]
Alguns, para boicotar o uso da batina, ou para se justificar por ter cedido à moda atual contrária à batina, afirmam: “de qualquer maneira, a batina é um hábito litúrgico”, pretendendo, assim, esgotar o eventual uso da batina apenas na liturgia. Isto é claramente falso e capciosamente hipócrita! [...] Francamente, é claro que o clergyman [...] não é a solução mais desejada. Quem não ama a sua batina será capaz de continuar a amar o seu serviço a Deus? O próximo não substitui a Deus! Não é um soldado quem não ama a sua farda. [...] A direção a ser tomada é:
- que, mesmo que a lei permita o clergyman, este não representa, no meio de nosso povo, a solução ideal;
- que quem entende possuir o integral espírito eclesiástico deve amar a sua batina; [...]
- que a defesa da batina é a defesa da vocação e das vocações.
Meu dever como pastor me obriga a olhar muito longe. Tive que constatar que a introdução do clergyman, além da lei e das depravações do hábito eclesiástico, são a causa, provavelmente a primeira, do grave declínio da disciplina eclesiástica na Itália. Quem ama o sacerdócio, não brinque com o seu uniforme!
[Excerto: Card. Giuseppe Siri, A Te sacerdote, vol. II, Frigento: Casa Mariana, 1987, pp. 67-73].
Fonte: Cordialiter | Tradução: Giulia d’Amore

Santo Atanásio.

02.05.2012 - Na Festa de Santo Atanásio.
Santo Atanásio.
Evidentemente, viver em tempos de crise, como os que nós vivemos, é muito penoso e exige-se então, de cada um, verdadeiro heroísmo. É muito fácil defender causas já vitoriosas. O difícil é trabalhar arduamente pela vitória de uma causa justa. É muito fácil ser o corajoso adepto de uma verdade já vencedora. O difícil é aderir à vontade quando ela está perseguida e humilhada. É mais cômodo juntar-se às fileiras do exército vencedor. É mais agradável seguir a maioria, estar bem com quem está no poder. Mas é tremendamente incômodo lutar pela verdade quando até as autoridades patrocinam a causa contrária e favorecem o erro. [...]
Hoje, séculos depois, quando vemos na História da Igreja (Cfr. Denz.-Sch. 561 e 563) que o Papa Honório I favoreceu a heresia e por isso foi condenado pelo seu sucessor Papa São Leão II e pelo VI Concílio Ecumênico por estar em desacordo com a tradição da Igreja, fica fácil dizer que nós, naquele tempo, também estaríamos do lado de São Máximo e São Sofrônio, que resistiram ao Papa e foram canonizados, isto é, colocados pela Igreja como modelo de fidelidade para todos os cristãos. Mas se defendêssemos o “dogma” da obediência incondicional ao Papa, como muitos hoje o fazem, estaríamos sim do lado dos hereges.
Assim também no confronto entre o Papa Libério e Santo Atanásio, este, defensor da ortodoxia e por isso expulso de sua igreja, e aquele, o Papa, que assinou uma fórmula ambígua e heretizante, ao sabor dos hereges e excomungou Atanásio porque este se recusava acompanhá-lo na sua defecção. O Papa Libério então, em nome da paz e da concórdia, declarou-se em união com todos os Bispos, inclusive os semi-arianos, menos com Atanásio, ao qual proclamou alheio à sua comunhão e à comunhão da Igreja Romana (Cfr. Denz.-Sch. 138). Santo Atanásio, por defender a sã doutrina, foi condenado como perturbador da comunhão eclesial! Hoje, depois que a Igreja canonizou Santo Atanásio como ínclito defensor da Fé e da Tradição, fica fácil dizer que estavam certos aqueles poucos que ficaram ao lado do Santo e foram expulsos das igrejas oficiais, sendo obrigados a se reunirem nos desertos debaixo de sol e chuva, mas conservando a fé intacta e respondendo aos hereges: vocês têm os templos, nós temos a Fé! (Cfr. São Basílio, ep. 242, apud Cardeal Newman – Arians of the Fourth Century, apêndice V). Mas, como ficariam, se vivessem naquele tempo, aqueles que põem na obediência o seu universo mental?
Padre Fernando Arêas Rifan, Quer agrade, quer desagrade, Gráfica Lobo, 1999, pp. 47 e 48