terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Rosário são 3 terços e não 4

Pe.Laguerie (IBP) e os Mistérios Luminosos


Uma das respostas mais divertidas das quais o superior do novo Instituto Bom Pastor escreveu em seu Website foi a respeito dos mistérios novos do Rosário recomendado pelo então Sumo Pontífice, Papa João Paulo II. Uma senhora tinha lhe escrito, pedindo sua opinião sobre os novos mistérios e se o Rosário deveria ser condiderado com 4 mistérios ou 3. Para o benefício daqueles que são lingüìsticamente Extra-Galliam, uma tradução será fornecida, embora deva se lembrar que esta tradução não é official.
"Cara Madame Patout, Eu não tenho nenhuma dúvida que poderia haver um grande lucro em meditar os Mistérios Luminosos, tais como a Transfiguração na Mt. Tabor, ou a união em Caná; que riquesa realmente encontramos nestas sublimes páginas de nossos Evangelhos.
Mas por que esses e não outros ainda? Eu poderia fàcilmente inventar para você os mistérios "angélicos" (o anjo de Zacarias, o anjo ou os anjos de São José, o anjo do pool de Siloe, o anjo consolador da Paixão, etc..) ou os Mistérios "aquáticos" (a água do Jordão, a água de Caná, o andar sobre a água, da tempestade acalmada, de Siloe outra vez, etc..) E também os Mistérios "femininos" (a mulher samaritana, a mulher adúltera, Madalena- não confundam com a mulher precedente, a esposa de Pilatos, de Chusa, Herodíadas).
Mas como os provérbios de Solomão dizem, "não mova a pedra da fronteira estabelecida pelos antigos." Mudando o recanto da piedade, desanima os piedosos a melhor promovê-las.
Numa mão, temos os mistérios mantidos no nosso Rosário Tradicional que foram baseados em Revelações de Santos como São Domingos, e pela própria Sempre Virgem Mãe de Deus.
Na outra, estes mistérios são obviamente escolhidos para serem aqueles de nossa Redenção, e representam nesta consideração, verdadeiramente um pequeno "masterpiece" da síntese teológica.
Por todas estas razões e outras mais, deixe nos manter, nosso Rosário como ele é; e deixe nos tentar contudo, ser cada vez mais fiel a ele."
O Padre indica algo que é negligenciado frequentemente. Mudando as coisas que são parte ou parcelas de séculos de uma devoção religiosa , há o perigo de se prejudicar a própria devoção. O Rosário é uma devoção que está enraizada nas práticas dos Católicos. É um oração "confortável" no mesmo sentido que nossa casa é confortável. Há um sentimento da segurança nas devoções que viraram parte da nossa própria identidade. Mudar estas coisas é introduzir um sentido de inquietude. Alguns poderão entender que nem mesmo o Rosário é seguro; que está sempre aberto à modificação, e assim ele perde o sentimento daquela "segurança caseira" que um dia ele teve. Esta mesma atitude de "atualizar" que vem sendo vista na piedade Católica. É o resultado da teoria da devoção ao invés da prática, dos homens e mulheres que falam sobre a devoção ao invés de permitir adentrar a devoção no coração de sua vida espiritual.
Este aspecto, embora importante, diminui de alguma forma a grande importância de Nossa Senhora, pois foi ela própria que entregou-nos a recitação do Rosário. Foi um presente do Céu para o salvação das almas, com muitas graças prometidas àqueles que empregam-o fielmente. Quem somos nós para "melhorar" uma oração dada pelo Céu? Os Mistérios Luminosos contém alguma beleza; afinal, são encontrados nos Evangélios e são parte da Revelação. Mas não seria mais sábio talvez introduzir uma nova Ladainha/etc baseado nestes Mistérios ao invés de mudar uma oração tão importante como o Rosário? Há Ladainhas das sete dores, das sete alegrias de Nossa Senhora, entre outros. Uma nova Ladainha poderia ter sido introduzida para ver que frutos elas traríam, sem ter assim que "atualizar" qualquer coisa. Mas alás que não foi assim como as coisas foram feitas. O Rosário é o Salmo de Nossa Senhora, o Salmo dos humildes: 150 Ave Marias para os 150 Salmos. 200 Ave Marias não simboliza qualquer coisa. O conselho que Pe. Laguerie dá é sábio: Deixe-nos prender ao Rosário que temos, e deixe-nos ser fiéis a ele.
Trad. Brother Pius [V]

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

É muito grande a coincidência deste texto com a renuncia de Bento XVI

A PEDRA DE TROPEÇO PARA A REPÚBLICA UNIVERSAL

Tradução e condensação de um texto de Pe. Malachi Martin (*)

E por falar em conspirações dos inimigos de Cristo dentro do Vaticano, o excerto a seguir, extraído do capítulo Sete do livro Windsweep House (a casa varrida pelos ventos), do Pe. Malachi Martin, numa inquietante e reveladora narração dá muito que pensar sobre a "nova estrutura da Igreja" e certos constrangedores descompassos entre as Conferências Nacionais de Bispos do mundo com a Santa Sé e a autoridade suprema do Santo Padre em Roma outorgada pelo próprio Cristo.

As linhas abaixo reportam a um diálogo (70% verdadeiro e 30% ficcional, segundo o próprio autor) entre dois eminentes arquitetos do "processo" que pugnam pela nova ordem mundial e sua eminência o cardeal Cosimo Maestroianni, que na codificação usada pelo Pe. Martin refere-se ao antigo secretário de estado Agostino Casaroli. Esses dois proeminentes arquitetos de alta estirpe são designados pelos codinomes Cyrus Benthoek (na verdade, o falecido Bill Morrell) e o dr. Ralph Channing (provavelmente ainda vivo) [1].

A leitura força-nos a refletir sobre os sinais dos tempos, olhar de frente para a desoladora apostasia atual e os lamentáveis desatinos do pecado dela decorrentes. No entanto, o mais instigante e ao mesmo tempo consolador é que, aos olhos da Fé católica, haja o que houver Nosso Senhor Jesus Cristo continua e continuará no leme do barco de Pedro até o fim.

* * *

O plano


A política surgida da secretaria de estado do Vaticano pós-conciliar criou uma profunda fissura na hierarquia católica. A imensa maioria dos Bispos, particularmente no Ocidente, entusiasmou-se com esta nova orientação da Igreja.

Esses Bispos compreenderam que, se não se convertessem em participantes ativos na construção da nova ordem global, articulada nos bastidores por um seleto grupo de diplomatas supranacional e sócios na criação de uma utópica Europa unificada com vistas a um futuro governo único mundial, seriam absorvidos pela vida cotidiana de seus compatriotas e se tornariam prelados de uma Igreja de novas catacumbas.

No entanto, um problema permanecia. O ocupante do trono pontifício permanece encaminhando seus esforços em uma direção diferente. O Papa é legítimo herdeiro da inaceitável persuasão de que sua Igreja incorpora uma autoridade absoluta e que se converte em mandatos doutrinais que impedem aos católicos adaptarem-se ao ritmo dos demais cidadãos do mundo.

Para essa nova orientação da Igreja, tanto a soberania nacional como religiosa não somente seriam inúteis como necessidade estratégica para a sobrevivência, mas, sobretudo, converter-se-iam positivamente em uma ameaça para a mesma e em um inimigo do progresso para a nova e harmoniosa morada da humanidade.

Se por um lado os Bispos se viam entusiasmados com as inovações introduzidas na Igreja, por outro, a autoridade papal ainda conserva sua vigência para muitos católicos e exerce uma profunda influência mesmo além do Catolicismo. A oficina papal permanece como o centro exclusivo de poder soberano, para as mentes e as vontades dos crentes. Poder soberano para decidir as crenças dos fiéis, e para decretar as normas precisas de sua conduta, tanto em sua vida pública como privada.

Para essa nova orientação da Igreja de adaptação ficava claro que, uma vez eliminadas a soberania tanto religiosa quanto política, como força perniciosa para os assuntos da humanidade, deveria se elaborar uma maquinaria persuasiva e legalmente aceitável que satisfizesse um duplo objetivo: ocupar-se da doutrina e da tradição centenárias desta Igreja, segundo as quais o poder e autoridade radicam da oficina pontifícia, e, além disso, evitar a ruptura da união entre os Bispos e o Papa. Sem dita união, não existiria a Igreja universal. Sua utilidade sócio global desapareceria.

Portanto, o plano seria levar a cabo um programa encaminhado a despojar a oficina papal de seu poder autoritário. Um programa que transformasse a própria unidade em um fator operativo primordial que favorecesse o progresso da utopia globalista.

Para os Bispos ficou bem claro no Concílio Vaticano II que, como sucessores dos doze apóstolos, compartilham a autoridade do governo da Igreja universal com o Bispo de Roma.

Depois do dito concílio, os Bispos fundaram suas próprias conferências nacionais e, em certas conferências nacionais de Bispos se transformaram em conferências regionais. Transcorridos vinte e cinco anos, o resultado foi uma nova estrutura na Igreja. Em lugar de uma linha de poder única, exclusivista e unidirecional que desde o Papa se estendia a toda a Igreja universal, dispunha-se agora de múltiplos níveis de linhas de poder entrelaçadas. Tantas linhas de poder como conferências nacionais e regionais.

Em uma palavra, a Igreja universal transformara-se numa deformação, numa rede formada por ditas conferências episcopais que, por sua própria natureza e seu mandato, estão dispostas a uma constante ação e reação com a chancelaria vaticana e com o próprio papado. E ainda que cada conferência esteja presidida por um Bispo local, todos os Bispos passaram a depender do que eles denominam “periti” (peritos) ou assessores experts. Esses peritos [que inoculam ideologias dissolventes e revolucionárias] exercem influência decisiva nos Bispos do Concílio Vaticano II.

O resultado foi que muitos desses Bispos passaram a discordar da política do pontificado e começaram a limitar o alcance e a influência do que antes era a única linha de poder do papado. Conseguiu-se chegar ao ponto de centrarem o foco de sua insatisfação com Roma.

Assim, almejou-se um plano ainda mais ambicioso do que simplesmente a destituição ou renúncia voluntária do titular da oficina papal. Arquitetou-se uma espécie de indução para a alteração do senso comum da maioria dos quatro mil Bispos ao redor do mundo, idealizando-se um instrumento de validade canônica, denominado apropriadamente como “critério comum dos Bispos”. Uma vez alcançado este objetivo, poder-se-ia deixar de ser Papa quem estivesse ocupando a cátedra papal. Em seu lugar, os próprios Bispos exigiriam um Papa unificador. Um Papa com o qual se sentiriam comodamente unidos em um corpo episcopal. Ou seja, o critério comum dos Bispos deveria considerar logicamente ao Papa como vigário de Cristo, senão como vigário de Pedro, primeiro Bispo de Roma. Ainda assim, o critério comum dos Bispos deveria considerar logicamente a todos os Bispos, unidos e de forma igualitária, como vigários coletivos de Jesus Cristo.

Se esse critério fosse adotado como doutrina oficial da Igreja, a estrutura governamental da mesma experimentaria uma profunda transformação.

Desapareceria o centralismo do Vaticano. Em assuntos religiosos, o Papa deixaria de ser o pastor supremo. Em assuntos políticos, perderia sua soberania. As mudanças não teriam que ser confirmadas pelo sumo pontífice para adquirir validez.

Para a consumação desse plano, três etapas eram necessárias.

Primeiro passo

O primeiro passo seria o mais difícil. Mediante o veículo de suas próprias Conferências, enlear-se-iam os Bispos por meio das vantagens práticas e pelos benefícios da nova ordem mundial. A estratégia consistiria em centrar primeiramente nas conferências presididas pelos Bispos mais influentes, sendo as conferências fundamentais as da Europa ocidental.

Os Bispos desses países possuem as tradições mais antigas e mais ricas, e a população das zonas em que vivem esses Bispos se homogeneizaria e unificaria para formar a grande e utópica Europa futura. Além disso, os Bispos compreenderiam que sua inclusão no novo conselho público seria essencial para todos os aspectos da viabilidade de sua organização.

Oferecer-se-iam vantagens indispensáveis para suas necessidades. Facilidades bancárias, por exemplo. Facilidades sociais para seus esforços evangelizadores. Uma legislação favorável a seus direitos civis, à sua situação no campo do ensino, à sua situação tributária, e ao privilégio em processos contra clérigos que cometessem algum deslize.

Com a evolução desse pretendido consenso, os Bispos discordariam gradativamente da política papal.

Graças aos múltiplos níveis de conferências episcopais, induzir-se-ia outro nível de consenso, um consenso sólido, votado formalmente e expresso de maneira aberta: o critério comum dos Bispos.

Dito instrumento se faria evidente em termos categóricos como os seguintes: o Santo Padre vigente não é unificador. O critério dos Bispos aspiraria a um Papa unificador. O critério dos Bispos exigiria que demitisse de seu cargo, como se obriga atualmente a qualquer outro bispo aos setenta e cinco anos.

Mesmo a um Papa determinado seria impossível suportar a extraordinária pressão exercida por dito instrumento formal de sua própria Igreja: o critério comum dos Bispos, expresso de forma oficial através das conferências episcopais, mediante o qual o conjunto de Bispos exigiria sua demissão. Resumindo, previa-se um período de dois a três anos para que o Papa vigente apresentasse sua demissão.

Segundo passo

Quando qualquer outro bispo se demite, o sumo pontífice recebe sua demissão, que aceita ou rejeita. No entanto, desde que não se possa esperar que seja ele mesmo, o Papa, quem receba e aceite sua própria demissão, empregar-se-iam outros meios, como de um grupo de Bispos igualmente aceitável desde um ponto de vista constitucional, que recebesse e aceitasse a demissão papal. Somente em raras ocasiões exercem os Bispos conjuntamente sua jurisdição episcopal e atuam como um só corpo. Mas dispor-se-ia de dito corpo, o sínodo episcopal internacional, que se reúne de vez em quando em Roma. Posto que atua de modo hierárquico em nome de todo o episcopado e a petição da Igreja universal, o sínodo apresentar-se-ia como o órgão evidente para receber e aceitar a demissão papal.

Terceiro passo

O mais fácil. Organizar-se-ia um conclave papal como estabelece a antiga tradição para a eleição de um novo Papa.

O pretendido critério comum dos Bispos seria inútil, a não ser que se conseguisse incorporar aos Bispos de forma ativa e rentável a estrutura unificada da grande Europa Unificada, um dos importantes e últimos passos no processo de implementação da nova ordem mundial.

* * *

Segundo o autor, este plano foi arquitetado secretamente por alguns poucos prelados de elevada hierarquia e mentalidade progressista/modernista (heresias já condenadas pelos Papas pré-conciliares) em conluio com globalistas supranacionalistas para boicotarem o pontificado do bem-aventurado João Paulo II. Durante o final de seu reinado ocorreram inúmeras pressões nesse sentido. Certamente muitas outras ocorrerão com relação a Bento XVI. No entanto, ao longo desses dois milênios, conforme sua divina promessa, Nosso Senhor Jesus Cristo permanece fiel detentor do leme da barca de Pedro, a Igreja terrena, até a consumação dos séculos.

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Notas:

(*) O presente texto foi condensado de excertos do capítulo 14 do livro escrito por Pe. Malachi Martin, Windswept House: A Vatican Novel (A Casa Varrida pelos Ventos).
Tradução e adaptação: A. José G. C.

1 - Esse estranho personagem é descrito na p. 125 de seu livro ligado entre outras correntes à sociedade secreta Ordo Templi Orienti. Assim é descrito pelo autor: "Dr. Ralph Channing poderia ter sido considerado um homem estranho. vez disso, porém, ele era claramente algo mais do que um ponto. Nascido em uma família huguenote estabelecido há muito tempo, em Maine, Channing tinha feito os seus estudos na Universidade de Yale em religião comparada e teologia. Reconhecido por seu enciclopédico entender os registros dos Cavaleiros Templários, da tradição do Santo Graal e da Maçonaria - em particular a Ordo Templi Orientis, ou OTO,. Templo Oriental - ele havia se tornado um arquivista conhecido por diversos grupos de estudiosos humanistas Como titular professor em uma universidade americana topo, sua influência se estendeu ao redor do mundo através de uma ladainha bem-recebido de livros, folhetos, artigos, palestras e seminários.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Papa São Pio V - Bula Quo Primum Tempore (14/07/1570)




 Papa São Pio V
Bula Quo Primum Tempore (14/07/1570)
PIO BISPO Servo dos Servos de Deus Para perpétua memória
1 - Desde que fomos elevados ao ápice da Hierarquia Apostólica, de bom grado aplicamos nosso zelo e nossas forças e dirigimos todos os nossos pensamentos no sentido de conservar na sua pureza tudo o que diz respeito ao culto da Igreja; o que nos esforçamos por preparar e, com a ajuda de Deus, realizar com todo o cuidado possível. 2 - Ora, entre outros decretos do Santo Concílio de Trento cabia-nos estabelecer a edição e correção dos livros santos: Catecismo, Missal e Breviário. 3 - Com a graça de Deus, já foi publicado o Catecismo, destinado à instrução do povo, e corrigido o Breviário, para que se tributem a Deus os devidos louvores. Outrossim, para que ao Breviário correspondesse o Missal, como é justo e conveniente (já que é soberanamente oportuno que, na Igreja de Deus, haja uma só maneira de salmodiar e um só rito para celebrar a Missa), parecia-nos necessário providenciar, o mais cedo possível, o restante desta tarefa, ou seja, a edição do Missal. 4 - Para tanto, julgamos dever confiar este trabalho a uma comissão de homens eruditos. Estes começaram por cotejar cuidadosamente todos os textos com os antigos de nossa Biblioteca Vaticana e com outros, quer corrigidos, quer sem alteração, que foram requisitados de toda parte. Depois, tendo consultado os escritos dos antigos e de autores aprovados, que nos deixaram documentos relativos à organização destes mesmos ritos, eles restituíram o Missal propriamente dito à norma e ao rito dos Santos Padres. 5 - Este Missal assim revisto e corrigido, Nós, após madura reflexão, mandamos que seja impresso e publicado em Roma, a fim de que todos possam tirar os frutos desta disposição e do trabalho empreendido, de tal sorte que os padres saibam de que preces devem servir-se e quais os ritos, quais as cerimônias, que devem observar doravante na celebração das Missas. 6 - E a fim de que todos, e em todos os lugares, adotem e observem as tradições da Santa Igreja Romana, Mãe e Mestra de todas as Igrejas, decretamos e ordenamos que a Missa, no futuro e para sempre, não seja cantada nem rezada de modo diferente do que esta, conforme o Missal publicado por Nós, em todas as Igrejas: nas Igrejas Patriarcais, Catedrais, Colegiais, Paroquiais, quer seculares quer regulares, de qualquer Ordem ou Mosteiro que seja de homens ou de mulheres, inclusive os das Ordens Militares, igualmente nas Igrejas ou Capelas sem encargo de almas nas quais a Missa conventual deve, segundo o direito ou por costume, ser celebrada em voz alta com coro, ou em voz baixa, segundo o rito da Igreja Romana, ainda quando estas mesmas Igrejas, de qualquer modo isentas, estejam munidas de um indulto da Sé Apostólica, de costume, de um privilégio, até de um juramento, de uma confirmação apostólica ou de quaisquer outras.
Espécies  de  faculdades. A não ser que, ou por uma instituição aprovada desde a origem pela Sé Apostólica, ou então em virtude de um costume, a celebração destas Missas nessas mesmas Igrejas tenha um uso ininterrupto superior a 200 anos. A estas Igrejas Nós, de maneira nenhuma, suprimimos nem a referida instituição, nem seu costume de celebrar a Missa; mas, se este Missal que acabamos de editar lhes agrada mais, com o consentimento do Bispo ou do Prelado, junto com o de todo Capítulo, concedemos-lhes a permissão, não obstante quaisquer disposições em contrário, de poder celebrar a Missa segundo este Missal. 7 - Quanto a todas as outras sobreditas Igrejas, por Nossa  presente Constituição, que será válida para sempre, Nós decretamos e ordenamos, sob pena de nossa indignação, que o uso de seus missais próprios seja supresso e sejam eles radical e totalmente rejeitados; e, quanto ao Nosso presente Missal recentemente publicado, nada jamais lhe deverá ser acrescentado, nem supresso, nem modificado. Ordenamos a todos e a cada um dos Patriarcas, Administradores das referidas Igrejas, bem como a todas as outras pessoas revestidas de alguma dignidade eclesiástica, mesmo Cardeais da Santa Igreja Romana, ou dotados de qualquer outro grau ou preeminência, e em nome da santa obediência, rigorosamente prescrevemos que todas as outras práticas, todos os outros ritos, sem exceção, de outros missais, por mais antigos que sejam, observados por costume até o presente, sejam por eles absolutamente abandonados para o futuro e totalmente rejeitados; cantem ou rezem a Missa segundo o rito, o modo e a norma por Nós indicados no presente Missal, e na celebração da Missa, não tenha a audácia de acrescentar outras cerimônias nem de recitar outras orações senão as que estão contidas neste Missal. 8 - Além disso, em virtude de Nossa Autoridade Apostólica, pelo teor da presente Bula, concedemos e damos o indulto seguinte: que, doravante, para cantar ou rezar a Missa em qualquer Igreja, se possa, sem restrição seguir este Missal com permissão e poder de usá-lo livre e licitamente, sem nenhum escrúpulo de consciência e sem que se possa encorrer em nenhuma pena, sentença e censura, e isto para sempre. 9 - Da mesma forma decretamos e declaramos que os Prelados, Administradores, Cônegos, Capelães e todos os outros Padres seculares, designados com qualquer denominação, ou Regulares, de qualquer Ordem, não sejam obrigados a celebrar a Missa de outro modo que o por Nós  ordenado; nem sejam coagidos e forçados, por quem quer que seja, a modificar o presente Missal, e a presente Bula não poderá jamais, em tempo algum, ser revogada nem modificada, mas permanecerá sempre firme e válida, em toda a sua força. 10 - Não obstante todas as decisões e costumes contrários anteriores, de qualquer espécie: Constituições e Ordenações Apostólicas, ou Constituições e Ordenações, tanto gerais como especiais, publicadas em Concílios Provinciais e Sinodais; não obstante também o uso das Igrejas acima enumeradas, ainda que autorizado por uma prescrição bastante longa e imemorial, mas que não remonte a mais de 200 anos. 11 -Queremos e, pela mesma autoridade, decretamos que, depois da publicação de Nossa presente Constituição e deste Missal, todos os padres sejam obrigados a cantar ou celebrar a Missa de acordo com ele: os que estão na Cúria Romana, após um mês; os que habitam aquém dos Alpes, dentro de três meses; e os que habitam além das montanhas, após seis meses ou assim que encontrem este Missal à venda. 12 - E para que em todos os lugares da Terra este Missal seja conservado sem corrupção e isento de incorreções e erros, por nossa Autoridade Apostólica e em virtude das presentes, proibimos a todos os impressores domiciliados nos lugares submetidos, direta ou indiretamente, à Nossa autoridade e à Santa Igreja Romana, sob pena de confiscação dos livros e de uma multa de 200 ducados de ouro, pagáveis à Câmara Apostólica, bem como aos outros domiciliados em qualquer outro lugar do mundo, sob pena de excomunhão ipso facto e de outras penas a Nosso alvitre, se arroguem, por temerária audácia, o direito de imprimir, oferecer ou aceitar esta Missa, de qualquer maneira, sem nossa permissão, ou sem uma licença especial de um Comissário Apostólico por Nós estabelecido, para  estes casos, nos países interessados, e sem que antes, este Comissário ateste plenamente que confrontou com o Missal impresso em Roma, segundo a impressão típica, um exemplar do Missal destinado ao mesmo impressor, que lhe sirva de modelo para imprimir os outros, e que este concorda com aquele e dele não difere absolutamente em nada. 13 - E como seria difícil transmitir a presente Bula a todos os lugares do mundo cristão e levá-la imediatamente ao conhecimento de todos, ordenamos que, segundo o costume, ela seja publicada e afixada às portas da Basílica do Príncipe dos Apóstolos e da Chancelaria Apostólica, bem como no Campo de Flora. Ordenamos igualmente que aos exemplares mesmo impressos desta Bula, subscritos pela mão de um tabelião público e munidos, outrossim, do Selo de uma pessoa constituída em dignidade eclesiástica, seja dada, no mundo inteiro, a mesma fé inquebrantável que se daria à presente, caso mostrada ou exibida. 14 - Assim, portanto, que a ninguém absolutamente seja permitido infringir ou, por temerária audácia, se opor à presente disposição de nossa permissão, estatuto, ordenação, mandato, preceito, concessão, indulto, declaração, vontade, decreto e proibição. Se alguém, contudo, tiver a audácia de atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação de Deus Todo-poderoso e de seus bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo. Dado em Roma perto de São Pedro, no ano da Encarnação do Senhor mil quinhentos e setenta, no dia 14 de Julho, quinto de Nosso Pontificado – Pio Papa V. No ano de 1570, indict. 13, no dia 19 de Julho, 5º ano do Pontificado do nosso Santo Padre em Cristo Pio V, Papa pela Providência divina, as cartas anexas foram publicadas e afixadas nas portas da Basílica do Príncipe dos Apóstolos e da Chancelaria Apostólica e de igual maneira à extremidade do Campo Flora como de costume, por nós Jean Roger e Philibert Cappuis, camareiros, Scipico de Ottaviani, Primeiro Camareiro.

Estamos na quaresma

Quaresma

Reflexão Quaresmal




Mandamentos da Lei de Deus
1º O QUE DEUS NOS ORDENA: Que abracemos a fé, que devemos alimentar pela oração, atos de piedade e comunhão freqüente. Tenhamos esperança de que Ele nos dará o Céu e as graças para o merecermos. Que O amemos acima de tudo, Lhe porventura mande para nos purificar. Que em cada um dos nossos irmãos vejamos o próprio Cristo, e os amemos como Ele nos amou ao ponto de morrer por nós. Que façamos da nossa vida uma oração agradável a Deus, atribuindo-Lhe tudo o que somos e fazemos.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Que omitamos ou sejamos negligentes em fazer as nossas orações da manhã e da noite e em receber os sacramentos. Confissões e comunhões sacrílegas. Práticas supersticiosas. Dúvidas voluntárias contra a fé. Pôrem perigo a fé por leituras inconvenientes. Indiferença religiosa. Respeitos humanos, fonte de covardias. Falta de confiança na Providência ou confiança presunçosa nas próprias forças. Falta de coragem, desespero. Resistência à graça. Oração sem alma, maquinal e rotineira.

2º O QUE DEUS NOS ORDENA: Compenetrar-se bem da grandeza e santidade divinas. Respeitar as pessoas e as coisas consagradas ao seu culto. Cumprir os votos que se fizeram.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Blasfêmias, isto é, injúrias para com Deus. Uso vão do seu Santo nome. Juramentos falsos ou inúteis. Desejar o mal ao próximo, ou a si mesmo.

3º O QUE DEUS NOS ORDENA: Consagração do domingo a Deus, pela assistência à Santa Missa (ou a santificação do domingo quando a Missa não está disponível) e a abstenção de ocupações servis.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Trabalhar no domingo sem necessidade ou autorização. Mau comportamento ou dissipações na igreja. Busca de distrações contrárias à santificação do dia do Senhor.

4º O QUE DEUS NOS ORDENA: Em relação aos nossos pais - amor, obediência, respeito, assistência; rezar por eles, vivos ou mortos. Em relação aos filhos: educação religiosa, bom exemplo. Na família: contribuir para a felicidade e o bom entendimento de todos; disponibilidade, polidez, delicadeza. Em relação aos superiores: submissão e respeito. Em relação ao Estado: contribuir para o bem comum; dever eleitoral; pagamento de impostos.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Desobediência, falta de respeito, ingratidão para com os nossos pais e superiores; desentendimento e divisões na família. Recusar participar nos encargos da comunidade.

5º O QUE DEUS NOS ORDENA: Alegrar-se com a felicidade dos outros e para ela contribuir na medida do possível; sofrer com o infortúnio do nosso próximo e procurar aliviá-lo.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Insultos, recusar o perdão, inveja, desprezo, ódio. Desejar a morte ou má sorte a outrem, desejo de vingança. Golpes, feridas,mutilações, homicídios, aborto. Atentar contra a saúde por intemperança. Escândalo por maus exemplos, conselhos, aprovações ou silêncio; egoísmo, indiferença pela miséria e necessidade dos outros.
Obs.: O aborto é castigado pela Igreja com uma excomunhão.

6º, 9º O QUE DEUS NOS ORDENA: Respeito para com o nosso corpo, membro do Corpo Místico e templo do Espírito Santo. Emprego das forças da nossa vida no plano providencial da criação continuada; pureza, fidelidade e generosidade no amor conjugal. Fugir das ocasiões do pecado e luta contra os maus hábitos.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Pensamentos ou desejos impuros provocados voluntariamente, em si ou nos outros. Conversas inconvenientes. Canções licenciosas. Leituras e espetáculos imorais. Modas provocantes. Galanteios perigosos. Afeições ou familiaridades condenáveis. Danças lascivas. Ações contrárias à castidade. Contatos desonestos. Imprudência e leviandade no namoro. Adultério. Atentados contra a fecundidade do matrimônio.
Obs.: Devem-se precisar as circunstâncias que mudam a espécie do pecado (adultério, incesto, homossexualidade, bestialidade, pedofilia, etc.). A pessoa que não quer renunciar à ocasião próxima do pecado não pode receber a absolvição nem seguir comungando.

7º, 10º O QUE DEUS NOS ORDENA: Considerar os bens deste mundo como meios e não como fins. Usar deles para maior bem de todos, sem egoísmo. Respeitar a justiça e a eqüidade, em todos os domínios. Reparar o injusto dano causado. Restituir o que injustamente se retém. Dar esmola segundo as suas posses. Ter consciência profissional.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: Roubo, receptação, danificação injusta causada nos bens de outrem. Fraude, negócios desleais, faltas de lealdade no trabalho, no comércio, nos contratos: maneiras modernas de disfarçar o roubo. Cooperar na injustiça, seja de que maneira for, ativa ou passivamente. Salários insuficientes. Negligência em pagar as dívidas. Exploração dos fracos; avareza, apego ao dinheiro, cobiça. Esbanjamento. Desejo de roubo ou injustiça.

8º O QUE DEUS NOS ORDENA: Amar e servir a verdade. Ser sincero e leal. Respeitar a honra e o bom nome do próximo.
O QUE DEUS NOS PROÍBE: A mentira com ou sem prejuízo de outrem. Calúnias ditas ou aprovadas. Falsos testemunhos. Juízos temerários. Violação de segredo confiado ou do sigilo profissional. Simulações e hipocrisia.

Pecados Capitais
Este exame não é a repetição do dos mandamentos. Aqui trata-se propriamente não de atos isolados, mas de hábitos maus, fonte de pecado. Interroguemo-nos, em primeiro lugar, se combatemos o nosso defeito dominante e se trabalhamos eficazmente para desenvolver as virtudes contrárias.
ORGULHO: Desprezo dos outros, amor próprio, complacência em si mesmo, ambições excessivas, vaidade, arrogância, susceptibilidade, afetação. Ser escravo do "que dirão" e da moda.
AVAREZA: Vícios contrários aos 7º e 10º mandamentos. Apego excessivo ao dinheiro ou a outras coisas. Não fazer esmolas com algo do meu supérfluo.
LUXÚRIA: Vícios contrários aos 6º e 9º mandamentos.
INVEJA: Inveja da felicidade, dos bens e êxitos dos outros. Alegrar-se com as desgraças do próximo. Ciúmes.
GULA: Excesso no comer e no beber, gulodice, embriaguez. Requintes excessivos, abusos de guloseimas. Despesas excessivas de mesa. Sensualidade.
CÓLERA: Falta de autodomínio, exaltação, rancor, ressentimentos, mau humor, movimentos bruscos, grosserias, crueldades.
PREGUIÇA: No levantar de manhã, no trabalho, nas obrigações religiosas; indolência, negligência, moleza, ociosidade. Perdas de tempo com futilidades.

Virtudes que devemos praticar
A vida moral gira ao redor das três virtudes teologais e das quatro virtudes cardeais. Para cada virtude mencionamos os atos principais que se devem praticar, e logo os pecados contrários.


Devemos: Crer tudo o que Deus nos revelou, e nos ensina por sua Igreja. Amar a Tradição e desconfiar das novidades. Estudar o catecismo e a doutrina cristã. Leitura espiritual. Fazer freqüentes atos de fé, especialmente ao receber os sacramentos, ao rezar, etc. Conformar nossa conduta aos princípios da fé. Professar com valor nossa fé e saber defendê-la. Ser apóstolo. Lutar contra o erro.
É pecado: Rejeitar alguma verdade revelada. Consentir nas dúvidas contra a fé.Indiferentismo (pensar ou dizer que todas as religiões são boas). Viver todo o dia sem Deus. Esconder sua fé por covardia.

ESPERANÇA
Devemos: Pensar com freqüência no Céu e nos bens eternos. Desejá-los ardentemente. Desprezar os bens e prazeres desta vida. Viver em um santo temor de ofender a Deus.
É pecado: Desconfiar da bondade e providência de Deus. Pretender que é impossível viver como verdadeiro cristão. Não pedir a graça para isso. Pôr toda sua confiança nas suas próprias forças e não em Deus. Presunção (valer-se da misericórdia de Deus para pecar). Pôr-se em ocasião de pecado.

CARIDADE
Devemos: Amar a Deus mais que tudo, e ao próximo por amor de Deus. Fazer freqüentes atos de amor a Deus. Viver em sua presença. Buscar agradar-lhe em tudo. Desejo da perfeição. Servi-lo com alegria. Procurar que Jesus reine. Exame de consciência diário. Confissão freqüente. Visita ao Santíssimo Sacramento. Estimar e honrar a nossos irmãos. Assisti-los e ajudá-los. Suportar seus defeitos. Delicadeza no trato com os demais. Guardar-se da murmuração. Esmolas. Buscar com zelo o bem das almas.
É pecado: Indiferença religiosa e tibieza espiritual. Não obrar com intenção reta. Fazer as coisas para ser visto dos homens. Afeto excessivo pelas criaturas. Ódio ao próximo. Desprezo. Rancores. Julgar mal aos demais. Falar mal deles. Murmuração. Inveja. Discórdias. Disputas. Dar mau exemplo. Causar escândalo. Aprovar a má conduta dos amigos.

PRUDÊNCIA
Devemos: Obrar em tudo com prudência e inteligência, segundo o que convém para alcançar nossa salvação e perfeição. Refletir antes de agir. Docilidade para aprender da experiência. Docilidade aos conselhos do diretor espiritual, dos superiores, dos amigos. Organização. Prontidão para obrar o bem.
É pecado: Precipitação. Fazer tudo "de qualquer jeito". Inconstância. Negligência. Usar de astúcia e pequenos enganos para "sair limpo". Perder o tempo.

JUSTIÇA
Devemos: Antes morrer que cometer qualquer injustiça. Restituir se é o caso. Fazer passar o bem comum antes que o interesse próprio. Ter o culto do dever. Amar o trabalho bem feito. Obedecer aos seus superiores e buscar o bem de seus inferiores. Usar seus bens para a utilidade de todos e não somente para a própria. Amar e ajudar à família e à pátria.
É pecado: Prometer muito e não cumprir nada. Não devolver o emprestado. Avareza. Chegar sempre tarde ao trabalho, às suas nomeações, à Missa! Descuidar de suas obrigações. Não pedir perdão por suas faltas ou erros.

RELIGIÃO
Devemos: Entregar-nos a Deus com fervor, para cumprir sua vontade. Rezar com atenção e perseverança. Devoção terna e sólida à Santíssima Virgem, aos Anjos e a todos os santos. Reparar pelos pecados e consolar o Coração Imaculado de Maria. Imitar suas virtudes. Meditação. Rosário só ou em família. Adorar a Deus e oferecer-lhe sacrifícios. Assistir com freqüência à Santa Missa. Santificar o domingo.
É pecado: Falta de contrição na confissão, de fervor na comunhão e ação de graças, e de atenção nas orações. Não cumprir seus votos.

FORTALEZA
Devemos: para salvar-nos estar dispostos a morrer ou sofrer qualquer coisa antes que pecar gravemente. Sofrer com paciência. Atacar com valor e audácia os obstáculos postos ao bem. Desejar fazer coisas grandes. Preparar nossa alma para o martírio se Deus se dignasse chamar-nos a ele. Perseverar no bem durante toda a nossa vida, apesar das dificuldades.
É pecado: Temer mais os males temporais que o inferno. Apartar-se do bem por temor ou debilidade. Expor-se ao perigo com temeridade, confiando demasiado em suas forças. Ambição, vã glória, jactância, hipocrisia (fingir uma virtude que não se tem). Molície (fugir de todo esforço, e render-se à primeira dificuldade). Preguiça. Ócio. Desalento.

TEMPERANÇA
Devemos: usar dos bens sensíveis segundo as necessidades da vida presente. Fugir das coisas torpes, amar a beleza da virtude. Abstinência e sobriedade nas comidas. Pequenas privações. Jejuns. Castidade e pudor. Evitar todo contato sensual. Fugir das ocasiões. Mortificar a imaginação, pensamentos de vaidade, invejas, etc. Mortificar sobretudo a vontade própria com a obediência. Reconhecer facilmente suas faltas ou erros e pedir perdão. Não singularizar-se em nada. Não buscar o êxito senão o serviço de Deus. Aceitar e amar as humilhações, que são o que mais nos santifica. Mansidão. Modéstia. Amor da pobreza, moderação e simplicidade. Amar o silêncio, recolhimento.
É pecado: Gula. Comer fora de tempo ou com excesso. Falar demasiado e com bufonaria. Luxúria (ver o Sexto Mandamento). Danças licenciosas. Maus olhares. Ver e desejar ver programas maus na televisão. Drogas, etc. Insensibilidade e crueldade. Soberba. Susceptibilidade. Respeito humano e medo do "que dirão". Não aceitar nenhuma observação. Amor desordenado da própria liberdade e independência. Curiosidade nas coisas más ou inúteis. Excesso no jogo e diversões. Não tomar nada a sério.

Fonte: - Missal Romano Quotidiano por Dom Gaspar Lefebvre, 1963.
- Devocionário da Fraternidade Sacerdotal São Pio X – Distrito da América do Sul.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

3ª CARTA DE UM PÁROCO A SEUS PAROQUIANOS.



Por que retornar à Missa de São Pio V?
APRESENTAMOS A TERCEIRA CARTA
Do Rev. Padre Louis Demornex a seus paroquianos em CASERTA, ITÁLIA.
« Hoc est enim Corpus meum » Isto é o Meu Corpo.
« Hic est enim Calix Sanguinis mei, » Este é o Cálice do Meu Sangue,
Estas palavras da consagração são o ápice de um itinerário crescente que parte da oferta da vítima (Vítima imaculada, Cálice da salvação) e da sua preparação, procedendo então à sua imolação pelos pecados do mundo.
Este itinerário, composto de textos e ritos, foi estabelecido pela Igreja por séculos, até se chegar à sua última e perfeita redação desejada pelo Concílio de Trento.
O resultado destes séculos de pesquisa e ajustamentos é portanto um texto preciso, selecionado, apto a expressar o Dogma católico e a realidade da Santa Missa. A tal ponto que no dia 14 de julho de 1570, São Pio V pôde promulgar o Missal em modo definitivo com uma bula dogmática (Quo primum tempore) a qual estabilizava para sempre o seu conteúdo:
“E a fim de que todos, e em todos os lugares, adotem e observem as tradições da Santa Igreja Romana, Mãe e Mestra de todas as Igrejas, decretamos e ordenamos que a Missa, no futuro e para sempre, não seja cantada nem rezada de modo diferente do que esta, conforme o Missal publicado por Nós, decretamos e declaramos que a presente Bula não poderá jamais, em tempo algum, ser revogada nem modificada, mas permanecerá sempre firme e válida, em toda a sua força”.
“Assim, portanto, que a ninguém absolutamente seja permitido infringir ou, por temerária audácia, se opor à presente disposição de nossa permissão, estatuto, ordenação, mandato, preceito, concessão, indulto, declaração, vontade, decreto e proibição. Se alguém, contudo, tiver a audácia de atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação de Deus Todo-poderoso e de seus bem aventurados Apóstolos Pedro e Paulo”.
Textos e rubricas obrigavam sub gravi, que é o mesmo que dizer que não era permitido ao sacerdote a mínima improvisação pessoal para as variações e isto em caráter perpétuo. Havia sido encontrada a fórmula perfeita e definitiva pela qual, através da oração oficial da Igreja, se expressava a fé da Igreja.
A Igreja prudentemente não se fiava na fragilidade humana e portanto impunha um percurso seguro para se chegar ao cumprimento válido e eficaz do rito. Fora deste percurso o rito não era válido.
Por exemplo, as palavras da consagração pronunciadas sozinhas, não podem ser válidas, porque essas não são palavras mágicas tiradas do ar, mas apenas se tornam válidas se o sacerdote percorreu o itinerário desejado pela Igreja, com a intenção de se chegar à imolação da Vítima segundo a mesma intenção da Igreja.
E todas as gerações da humanidade deveriam passar por esse rito perfeito do Sacrifício da Cruz para serem purificados dos pecados e promovidos à bem-aventurança eterna.
Com a reforma, mudando a oração, obrigatoriamente mudou-se a fé, e dois fatos o demonstram claramente:
- A nova Missa foi composta com a participação efetiva de seis teólogos protestantes (dott. Georges, canonico Jasper, dott. Sephard, dott. Konneth, dott. Smith, e o Irmão Max Thurian);
- Estes demonstraram a sua plena satisfação por este rito ser admissível até mesmo pelas comunidades protestantes, portanto um rito não mais católico.
Enquanto antes a Missa Católica era considerada a pior “abominação”, hoje para os protestantes (luteranos, anglicanos, calvinistas) a Missa não apresenta mais nenhum obstáculo para a comunhão, e não porque esses tenham aceitado a nossa fé; muito pelo contrário, foi porque a fé católica foi alterada.
É o cúmulo em absoluto, que nós católicos tenhamos solicitado esta “graça” aos heréticos, saídos da Igreja há mais de quatrocentos anos atrás, exatamente os negadores do sacrifício propiciatório, ignorantes da nossa fé, membros de igrejas mortas que não possuem os sacramentos, especialmente o da Eucaristia, Pão da vida eterna. Um povo sem verdade, sem doutrina. A esses foi solicitado o favor de nos ajudar a compor uma Missa católica!
Absolutamente um absurdo, realmente é flagrante a incapacidade e a incompetência deles ao tentarem criar um culto justo e agradável a Deus.
Pedimos a pessoas que não crêem na Missa que nos ajudassem a compor a nossa Missa!
Seria o mesmo que pedir a um cego que nos guiasse por uma trilha montanhosa, ou que guiasse um carro em uma via congestionada, ou que pedíssemos a uma analfabeta para que nos ensinasse o grego, ou que desmontasse um quebra-cabeças perfeito para fazer com que fosse remontado usando apenas algumas peças ao improviso.
Será que poderíamos imaginar os muçulmanos pedindo aos judeus para que os ajudassem a compor as cerimônias da mesquita?
Ora, como podemos confiar em pessoas sem doutrina, sem regras morais precisas, abandonadas ao livre exame, estrangeiros, inimigos da Igreja, geradores incansáveis de confusão espiritual, renegadores da fé de seus antepassados antecedentes à reforma?
Não afirmo nada disso gratuitamente: por experiência de ecumenismo (três anos muito empenhadíssimo), posso afirmar que o protestantismo é uma empresa de demolição. Com esse, nenhum diálogo é possível porque lhes faltam as bases doutrinárias sobre as quais se possa fundamentar um ponto de partida para o diálogo.
Que coisas poderíamos discutir quando eles mesmo não sabem no que crêem? Eu constatei o seu desdém quando com a Bíblia na mão, demonstrava-lhes a justiça das posições católicas. Com os ortodoxos era bem diferente: amor, sinceridade, seriedade na busca da verdade.
Dou-lhes um exemplo: uma conferência de ministros do monoteísmo. Cada um falou com clareza da própria religião, exceto o protestante, ao qual no final, como profissão de fé fundamental, eu perguntei se acreditava na divindade de Cristo. Ele disse que sim. Então resolvi perguntar se para ele os reformados que negam a divindade de Cristo, seriam considerados irmãos separados. Ele me respondeu que não e ainda acrescentou: “vou igualmente celebrar o culto com eles, somos todos irmãos reformados”. Aí eu disse-lhe: “Então crer ou não crer na Santíssima Trindade pra vocês é algo indiferente! Portanto ser protestante significa crer em qualquer coisa”. Ele apenas sacudiu os ombros e saiu. Esse era o presidente da Confederação Calvinista francesa.
Bonum ex integra causa, malum ex uno defectu. Vejamos então a que ponto chegaram esses negadores da verdade revelada. E na Missa, uma só vírgula introduzida por sugestão dos protestantes já é uma verdadeira lesão ao rito, aquele malum ex uno defectu.
Isto constitui a máxima desonestidade contra Deus, contra a Verdade e contra as almas.
Criou-se um compromisso na confusão para promover simpatias terrenas. Chamou-se caridade ecumênica aquilo que é traição à Igreja Católica. Sufocou-se a Verdade na teia dos comprometimentos.
Os protestantes, habituados a crerem apenas naquilo que lhes é conveniente, viram-se de repente alegrando-se pelos textos neo-católicos.
Acostumados a viver na confusão por tantos séculos, certamente que ficaram muito satisfeitos por levarem à Igreja Católica a sua mentalidade, se bem que com quase quatro séculos de atraso, depois de tantos conflitos de palavras e derramamento de sangue (digo mentalidade porque no que lhes diz respeito, estando neles ausente a fé e a obediência à Verdade revelada, certamente que não se pode falar de religião, mas somente um pensamento vago, flutuante, incerto, unicamente moralizante, que vai do rigorismo ao indiferentismo, e tudo isso, de qualquer modo, apenas fruto da criação humana)
“Ninguém vem a mim se o Pai não o atrair“, o que significa: o conhecimento da verdade não depende da capacidade humana, mas de uma revelação do alto: “... porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas o meu Pai que está nos céus”. (Mt 16, 17.)
O que quer dizer, que quem nega a verdade revelada como tal, não foi chamado pelo Pai e portanto é obrigado a inventar e a andar errante e sem meta até exaurir-se no ateísmo.
O Concílio Ecumênico das Igrejas (CEC) foi criado justamente para tentar segurar o fracionamento infinito das teorias dos reformadores, numa tentativa desesperada de estabelecer um acordo sobre alguns elementos comuns a serem mantidos, para conservar uma aparência cristã.
Aos católicos sempre foi proibido tomar parte neste marasmo dramático, porque a Igreja Católica ao invés, luminosa e florescente, está apoiada sobre três colunas: a Doutrina revelada, os santos Sacramentos e o Vigário de Cristo, o qual está encarregado de vigiar com olho bem aberto e competente (infalibilidade) para que o depósito da fé seja conservado e transmitido integralmente, já que é algo celestial.
No que diz respeito aos protestantes, se esperava para eles um feliz retorno ao redil divinamente alimentado nas pastagens eucarísticas. Se olhava com profunda piedade para estas almas errantes e doentes, há tantos séculos privadas do Alimento de vida eterna.
Jamais se sonhou em unir-se a eles no seu estado de morte, pensando em proporcionar-lhes algum bem ou de querer o seu bem.
No entanto, eis o espetáculo mais doloroso: justamente a eles, os negadores do dogma, os blasfemadores do Sacrifício perpétuo (“Eu declaro que todos os bordéis, os homicídios, os furtos, os assassinatos e os adultérios não são nada em comparação com aquela abominação que é a missa papista.“), os desprezadores da Igreja católica (Lutero chamava a Igreja de “a grande prostituta“), os odiadores do Papa (”Quem não se opõe com todo o coração ao papado não pode atingir a eterna felicidade“), a esses foi confiada à tarefa de criar um rito litúrgico que lhes fosse aceitável, seja no seu todo, seja nos detalhes, como foi confirmado pelos responsáveis católicos. Um rito que se tornou lei na Igreja Católica e que eu, como sacerdote católico, sou obrigado a celebrar.
Eis aí então a origem de toda a anarquia litúrgica e dos abusos assinalados mais acima: também nós nos tornamos protestantes, isto é inventores dos nossos ritos sem mais nenhuma certeza.
Todavia, a este ponto, tendo então mudado o itinerário canonizado em caráter perpétuo pela Igreja, seria ainda válida a Missa? Chegamos ao ápice do itinerário com esta outra via paralela que é o texto reformado dos Reformadores?
Com quanta alegria os protestantes conseguiram tomar pelas mãos estas “criancinhas católicas” atrasadas há quatro séculos, para enfim fazê-las se aproximar da liberdade de pensamento, da liberdade religiosa, da idade adulta em que se descobre autônomo, emancipado, em condições de gerir a própria vida sem mais nenhuma referência a uma Autoridade superior! Eis aí a anarquia litúrgica, dogmática e moral: o protestantismo dentro da Igreja Católica.
No que diz respeito aos autores do novo rito, creio que a sentença da Igreja seja mais que uma excomunhão. De fato, a excomunhão pode ser abusiva e portanto inválida. No passado, Papas e Patriarcas a distribuíam sem nenhuma parcimônia.
O último e único caso na Igreja atual, que anulou a excomunhão de tudo quanto é espécie de heréticos e cismáticos, foi o caso da excomunhão de Mons. Lefebvre. Uma excomunhão desmentida depois por uma famosa tese de doutorado em Direito Canônico, sustentada e aprovada summa cum laude na Universidade Gregoriana em 1995.
É portanto óbvio que a Igreja não é infalível ao aplicar sanções disciplinares, e a maior prova disso é a anulação das excomunhões lançadas no passado contra ortodoxos e protestantes (o ecumenismo pode tudo!).
Já na Bula “Quo primum tempore”, parece-nos que São Pio V empenhou até mesmo o juízo divino e o da hierarquia triunfante:
“Assim, portanto, que a ninguém absolutamente seja permitido infringir ou, por temerária audácia, se opor à presente disposição de nossa permissão. Se alguém, contudo, tiver a audácia de atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação de Deus Todo-poderoso e de seus bem aventurados Apóstolos Pedro e Paulo”.
Portanto a Bula é mais do que uma canonização do rito, é mais do que um decreto de excomunhão para os transgressores: enquanto a excomunhão não empenha o juízo de Deus, mas tão somente a sociedade eclesial terrena, estes termos da Bula empenham também os decretos divinos e eternos.
A reforma litúrgica, desejada por Paulo VI e realizada com a contribuição e satisfação de teólogos protestantes, “produziu - como diz o Card. Ratzinger - danos extremamente graves para a fé!” (JOSEPH RATZINGER, La mia vita, p. 112).
Pe. Louis Demornex.