terça-feira, 8 de dezembro de 2015

MÁXIMAS ETERNAS DE SANTO AFONSO DE LIGÓRIO MEDITAÇÕES PARA TODOS OS DIAS DA SEMANA.

                                                                                       MÁXIMAS ETERNAS
DE
SANTO AFONSO DE LIGÓRIO
MEDITAÇÕES PARA TODOS OS DIAS DA SEMANA.

ATOS PREPARATÓRIOS A MEDITAÇÃO ( Conforme edição de 1934)

1-      Reaviva, ó minha alma, tua fé; põe-te na presença de Deus e adora-o profundamente.
2-      Humilha-te aos pés de Deus e pede-lhe sinceramente perdão.
3-      Solicita a luz de Deus por amor de Jesus Cristo; recomende-se a Maria Santíssima e aos Santos com uma Ave Maria, Glória ao Padre.
             Lê a meditação bem de vagar. Após todos os pontos medita na máxima eterna. Terminada a consideração, toma o propósito de  remover tal e tal vicio.

SEGUNDA FEIRA:
O PECADO MORTAL.

1-      Considera minha alma, o que fazer quando cometes um pecado mortal! Das as contas aquele Deus que te criou e te cumulou de benefícios; desprezas a sua graça e a sua amizade. Quem peca diz com os fatos e Nosso Senhor: ¨Nem servia; apartai-vos de mim, pois não quero obedecer-vos, não vos quero servir, não vos quero reconhecer por meu Senhor. O meu Deus é aquele prazer, aquela vingança, aquele ódio, aquela conversação obscena, aquela blasfêmia. Pede-se imaginar ingratidão mais monstruosa de que esta? Entretanto, minha alma, tudo isto fizeste, quando ofendeste ao teu Senhor.

2-      Maior se torna esta ingratidão, refletindo que para pecar, serve-te das mesmas coisas que Deus te deu: Ouvido, olhos, boca, língua, mãos, pés, são todos dons de Deus, e tu deles te servistes para ofendê-lo !Ah, ouve pois o que te diz o Senhor: ¨Filho, eu te criei nada; dei-te tudo o que tens, fiz-te nascer na verdadeira Religião. Podia deixar-te morrer quando estavas no pecado; conservei-te a vida para não condenar-te ao inferno; e tu, esquecido de tantos benefícios, queres servi-te dos meus próprios dons para ofender-me?¨ Quem não se sentirá tomado de profundo pesar por ter feito tamanha injuria a um Deus tão bom, tão benfazejo para conosco suas criaturas?

3-      Considera ainda que este Deus, embora seja bom e infinitamente misericordioso, toda- via fica muito indignado quando o ofendes. Por isso, quanto mais tempo viveres no pecado, tanto mais vais provocando e acumulando a ira de Deus contra ti. Deves, portanto recear muito que os teus pecados cheguem a tal numero que ele por fim te abandone. Não que isto aconteça por te faltar a misericórdia divina, mas é que te faltará o tempo para pedir perdão, pois que não merece a misericórdia de Deus que dela abusa para ofende-lo. Com efeito, quantos viveram no pecado, na esperança de converte-se e, entretanto chegou a morte e faltou-lhes o tempo para disporem os negócios da consciência, e agora estão eternamente perdidos!  Teme que a mesma coisa não aconteça também para ti.   

            De graças a Deus por ter-te esperado até agora, e toma desde já uma firme resolução dizendo: Basta, meu Deus, o pouco de vida que ainda me resta não a quero esperdiçar em ofender-vos; hei de emprega-la em vos amar e chorar os meus pecados. Arrependo-me de todo o coração. Meu Jesus quero vos amar; dai-me força. Virgem Santíssima, Mãe de meu Jesus, ajudai-me.        

TERÇA FEIRA:
A MORTE.

1-      A morte é a separação da alma do corpo, com abandono total das coisas deste mundo. Considera, portanto ó cristão, que a tua alma deverá separar-se do corpo; mas não sabes onde se dará esta separação. Não sabes si a morte te assalta na tua cama, ou durante o trabalho, ou na rua, ou em outra parte. A ruptura de uma veia, um catarro, uma hemorragia, uma febre, uma chaga, uma queda, um terremoto, um raio, bastam para te tirar à vida. Isso pode acontecer daqui a um ano, daqui a mês, a uma semana, a uma hora, e talvez  ao terminar a leitura de esta consideração . Quantos se deitaram a noite cheios de saúde e de manhã foram encontrados mortos! Quantos acometidos de algum ataque morreram de repente! E depois para onde foram? Se estavam na graça de Deus, felizes deles! Gozarão para sempre. Si, pelo contrario se achavam em pecado mortal, estão para sempre perdido. Dize-me; se tivesse que morrer neste instante, que seria de tua alma? Ai de ti, si não te manténs sempre preparado! Para bem morrer, corre grande perigo de morrer mal.

2-      Embora seja incerto o luar e incerta a hora de tua morte, é porem muito certo que a morte há de vir. Quero esperar que a ultima hora de tua vida não venha repentinamente ou de modo violento, mas aos poucos e procedida de uma doença comum. Mas há de chegar um dia no qual, estendido numa cama, estarás preste a passar para eternidade, assistido por um Sacerdote que encomendará sua alma, tendo um Crucifixo ao lado,  uma vela acesa do outro, em derredor os parentes que choram. Terás a cabeça dolorida, os olhos embaraçados, a língua ressequida, a garganta presa, a respiração ofegante, o sangue a arrefecer, o corpo consumindo, o coração aflito. E logo que a alma expire, e teu corpo vestido de poucos andrajos será lançado a apodrecer em uma cova. Ai os ratos e os vermes roerão todas as tuas carnes e de ti restarão apenas quatro ossos descarnados e um pouco de pó nauseabundo. Abre um sepulcro e vê a que ficou reduzido àquele jovem rico, aquele ambicioso, aquele soberbo. Lê com atenção estas linhas, e lembra-te que elas também se aplicam a ti igualmente como a todos os demais homens. Agora o demônio, para induzir-te a pecar, procura arrancar-te deste pensamento e levar-te a excursar a tua culpa, dizendo-te não ser enfim tão grande mal aquele prazer, aquela desobediência, aquela omissão da missa nos domingos; mas na hora da tua morte descobrir-te-á a gravidade destes e de outros teus pecados, pondo-os diante de si, E que haverás de fazer tu então, no ponto de te encaminhares para a tua eternidade? Ai de quem se achar em desgraça de Deus naquele momento!

3-   Considera que do instante da morte depende a tua eterna salvação ou a externa perdição. Nas proximidades da morte, ao avizinhar-se aquela ultima vez que se fecha a boca, a luz daquela vela, quantas cousas se hão de ver!  Duas vezes temos diante de nós uma vela acesa; quando somos batizados e em ponto de morte; a primeira vez, para conhecermos os preceitos da lei divina que devemos guardar; a segunda, para vejamos se os temos cumprido. Por isso, meu filho, a luz dessa vela hás de ver si amastes o teu Deus ou si o desprezaste; si honraste o seu santo nomeou si o blasfemaste; hás de ver os dias santos profanados, as missas deixadas, as desobediências aos superiores, os maus exemplos dados aos outros; verás aquela soberba, aquele orgulho que te lisonjeava; verás... mas, oh! Deus! Tudo verás naquele momento, no qual se abrirá diante de ti o caminho da eternidade: Momentum a quo pendet eternitas. Ó grande, ó terrível momento, do qual depende uma eternidade de glória ou de tormentos! Compreendes bem o que de digo? Quero dizer que daquele momento depende ir para o Céu ou para o Inferno; ser para sempre feliz ou para sempre infeliz; para sempre filho de Deus ou para sempre escravo demônio; para sempre gozar com os Anjos e com os Santos do Céu ou gemer e arder para sempre com os condenados no inferno!
            E agora, põe-te na presença do teu Deus e dize-lhe de coração:  Meu Deus, deste este momento eu me converto a Vós; amo-vos, quero amar-vos e servir-vos até a morte. Virgem Santíssima, minha mãe, ajudai-me naquele terrível momento, Jesus, Maria e José, expire em paz entre vós a minha alma.

QUARTA FEIRA
O JUISO

1-      O juízo é a sentença que o Salvador há de pronunciar no fim de nossa vida, sentença com a qual fixará o destino de cada um por toda a eternidade. Apenas a alma tiver saído do corpo, comparecerá logo perante o Supremo Juiz. A primeira cousa que torna este comparecimento terrível à alma do pecador é que a alma se encontrará sozinha na presença de um Deus, desprezado, de um Deus que conhece todos os segredos do nosso coração, todos os nossos pensamentos. E que levaremos aquele pouco de bem ou de mal que tivermos feito durante a vida. Não se pode então inventar nem excusa nem pretexto nenhum, Santo Agostinho, falando deste tremendo comparecimento, diz: ¨Quando, tu ó homem, compareceres diante do Criador para seres julgados, terás sobre tua cabeça um juiz indignado; de um lado os pecados que te acusam; de outro os demônios prontos a executar a condenação; dentro de ti uma consciência que agita e te atormenta, debaixo de ti um inferno aberto, pronto a tragar-te. Em tais apertos, para onde irás, para onde fugirás?¨Feliz de ti se tiveres feito o bem durante a tua vida. Entretanto,  o divino Juiz abrirá os livros da consciência e começará o exame: Judicium sedit, et libri apérti sunti.

2-      Então dirá aquele Juiz inapelável: Quem és tu? - Sou cristão, responderás. Bem, replicará ele, si és cristão, vamos ver si procedeste como cristão. Em seguida começará a recordar as promessas feitas no Santo Batismo, pelas quais renunciastes ao demônio, ao mundo, à carne; lembrar-se-á as graças que te concedeu as muitas vezes que recebestes os Sacramentos, as pregações, as instruções, os avisos dos confessores, as correções dos pais; tudo será posto diante de ti.  Mas tu, dirá então o divino Juiz, apesar de tantos dons, de tantas graças, oh quão mal correspondestes á tua profissão de cristão! Mal chegando a idade em que apenas começava a conhecer-me, começas-te a ofender-me com mentiras, com faltas de respeito na Igreja, com desobediências a teus pais e com muitas outras transgressões dos teus deveres. Ainda bem si com o correr dos anos tivesses melhorado o teu procedimento; mas não; justamente com a idade aumentou em ti, infelizmente, também o desprezo á minha lei. Missas perdidas, profanação dos dias santos, blasfêmias, jejuns não observados, confissões mal feitas, comunhões às vezes sacrílegas, escândalos dados aos outros; eis o que fizestes em vez de servi-me. Voltar-se-á para o escandaloso, cheio de indignação dizendo:
             Vês aquela alma que caminha pela estrada do pecado? Foste tu, com as tuas conversas imorais, que lhe ensinaste a malicia. Tu, como cristão que és, devias ensinar com o bom exemplo o caminho do Céu ao teu próximo pelo contrario, traindo o meu Sangue, lhe ensinaste o caminho da perdição. Vês aquela alma lá no inferno? Foste tu com teus pérfidos conselhos que a arrancaste a mim para entrega-la ao demônio. Foste tu a causa de sua eterna perdição. Agora pague a tua alma por aquela outra que deitaste a perder com o teu escândalo.
            Que te parece, ó cristão, deste exame? Que te diz a consciência? Estás ainda em tempo, si quiseres. Pede a Deus perdão de teus pecados e faze um sincero propósito de não tornar a pecar; começa desde hoje uma vida de bom cristão, preparando-te assim um tesouro de boas obras para o dia em que deverás comparecer perante o tribunal de Jesus Cristo.

3-      Á vista das rigorosas contas que o Juiz supremo exige do pecador, tentará este aduzir alguma excusa ou pretexto, dizendo que não sabia que deveria ser submetido a um exame tão rigoroso. Mas receberá esta resposta: E não ouviste aquele sermão e aquela explicação do catecismo? Não leste naquele livro que eu haveria de pedir rigorosas contas de tudo? O infeliz então se encomendará á misericórdia divina; mas a misericórdia não é mais para ele. Porque, não merece misericórdia quem por tanto tempo dela abusou e porque na morte termina o tempo da misericórdia. Recomendar-se-á aos Anjos, aos Santos, a Maria Santíssima; e Maria responderá por todos: Agora é que pedes o meu auxilio? Não me quiseste por mãe durante a vida e agora já não te quero por filho; já te não conheço. Então o pecador, não encontrando mais nenhum refugio, bradará as montanhas, aos rochedos que o cubram e eles não se moverão. Invocará o inferno e vê-lo-á aberto. Este é o momento em que o inexorável Juiz proferira a tremenda sentença: Filho infiel dirá, para longe de mim. Meu Pai Celeste te amaldiçoou; eu também te amaldiçoo. Vai para o fogo eterno a gemer e sofrer com os demônios por toda a eternidade. Discédite a me, maledicti, in ignem aetérnum. Aquela alma infeliz, antes de afastar-se para sempre do seu Deus, volverá pela ultima vez o olhar ao Céu e no auge da desolação dirá: Adeus, parente, adeus, amigos, que habitais o reino da glória, Adeus, pai, mãe, irmãos, irmãs; vós que gozareis para sempre e eu serei  para sempre atormentado. Adeus, meu Anjo da guarda, Anjos e Santos todos do Paraíso; não vos tornarei a ver jamais. Adeus, ó Salvador, Adeus, ó Cruz santa, adeus ó Sangue em vão por mim derramado, não vos tornarei a ver mais. Desde este momento eu não sou filho de Deus; serei para sempre escravo dos demônios no inferno. Então alma, arrastando-a e empurrando-a, a farão cair nos seus abismos de torturas, de misérias, de tormentos eternos. Ó alma, não receias que tal sentença seja também a tua? Ah!  Por amor de Jesus e Maria, prepara com boas obras uma sentença favorável e lembra-te que como é terrível a sentença proferida contra o pecador, igualmente consolador será o convite que há de dirigir Jesus a quem viveu cristãmente. Meu Jesus concedei-me a graça de poder ser também eu um desses bem-aventurados. Virgem Santíssima ajude-me; protegei-me na vida e na morte e especialmente quando me apresentar ao vosso Filho para ser julgado. 

QUINTA FEIRA
O INFERNO

1-       O inferno é um lugar destinado pela justiça divina como suplícios eternos os que morrem em pecado mortal. A primeira pena que os condenados sofrem no inferno é a pena dos sentidos, que são atormentados por um fogo que queima horrivelmente sem nunca diminuir de intensidade. Fogo nos olhos, fogo na boca, fogo em todas as partes. Cada sentido sofre a própria pena; os olhos sofrem pela vistas dos demônios e dos outros condenados. Os ouvidos, dia e noite, só escutam contínuos uivos, prantos e blasfêmias. O olfato sofre enormemente pelo mau cheiro daquele enxofre e pez ardente que sufoca. A boca é atormentada por sede devoradora e fome canina; At famen patientur ui canes. O mau rico no meio daqueles tormentos, ergueu o olhar ao Céu e pediu como grande graça, uma pequena gota de agua para mitigar a aridez de sua língua e também essa gota de agua lhe foi negada. Por isso aqueles infelizes, requeimados de sede, devorados pelas chamas atormentados pelo fogo, choram, gritam e se desesperam. Óh! Infernos, inferno! Como são infelizes os que caem nos teus abismos! E tu que dizes, ó alma? Si tivesses que morrer neste instante, para onde irias? Si agora não podes aguentar nem uma fagulha de fogo na mão sem gritar, não podes conservar um dedo sobre a pequena chama de uma vela, como poderás aguentar-te então entre aquelas chamas por toda a eternidade?

2-      Considera, além disso, ó cristão, o remorso que experimenta a consciência dos condenados. Eles padecerão um inferno na memória, na inteligência, na vontade. Recordarão continuamente o motivo da sua perdição, isto é, por terem querido secundar alguma paixão. Esta lembrança é o verme que nunca morre: Vemis eórum nom móritur. Recordarão o tempo que Deus lhe deu para evitar a perdição, os bons exemplos dos outros, os propósitos feitos e não cumpridos. Pensarão nos sermões ouvidos, nos avisos do confessor, nas boas inspirações para deixar o pecado; vendo que já não há remédio, lançarão gritos desesperados. A vontade nada terá de que deseja e ao contrario padecerá todos os males. A inteligência conhecerá finalmente o grande bem que perdeu. A alma separada do corpo, ao apresentar-se no tribunal divino, entrevê a beleza de Deus, conhece toda a sua bondade, chega quase a contemplar por um instante o esplendor do Paraiso, ouve talvez também os cantos harmoniosíssimos dos Anjos e dos Santos. Que dor ver que tudo isso perdeu para sempre! Quem poderá resistir a tais tormentos?

3-      Ó alma, tu que agora não te imporás de perder o teu Deus e o Paraiso, conhecerás a tua cegueira quando vires tantos conhecidos teus, mas ignorantes e mais pobres do que tu, triunfarem e gozarem no reino dos Céus ao passo que tu serás amaldiçoado por Deus e serás arrojado para longe daquela pátria feliz, do gozo do mesmo Deus, da companhia da Santíssima Virgem e dos Santos. Eia, pois, faze penitência, não esperes para quando não haver mais tempo; entrega-te a Deus. Quem sabe si não é este o ultimo chamado e, si não correspondes quem sabe si Deus não te abandona e não de deixa cair naqueles eternos suplícios! Oh! Meu Jesus livrai-me do inferno: A poemis inferni libera me, Domine!
SEXTA FEIRA
A ETERNIDADE DAS PENAS

1-      Considera, ó alma, que si fores para o inferno, nunca mais dele sairás. Lá se sofrem todas as penas e todas eternamente. Passarão cem anos desde que caíste no inferno, passarão mil anos e o inferno estará ainda em seu começo; passarão cem mil, cem milhões, passarão milhões de séculos e o inferno estará principiado. Si um Anjo levasse aos condenados a noticia que Deus os quer libertar do inferno depois de passados tantos milhões de séculos quantas são as gotas de agua do mar, as folhas das arvores e os grão de areias da terra, esta noticia lhes causaria a maior satisfação. É verdade, diriam, que devem passar ainda séculos, mas um dia hão de acabar. Pelo contrario, passarão todos estes século e todos os tempos que se possam imaginar e o inferno estará sempre no principio. Todos os condenados fariam de boa vontade com Deus o seguinte papo: Senhor: aumentai quanto entenderdes este meu suplicio; deixai-me nestes tormentos por quanto empo quiserdes, contanto que me deis a esperança, de que um dia hão de acabar. Mas nada; esta esperança, este termo nunca chegará.

2-      Si ao menos o pobre condenado pudesse enganar-se a si mesmo e iludir-se dizendo: quem sabe, um dia talvez terá Deus piedade de mim e me arrancará deste abismo! Mas não, nem isto; verá sempre escrita diante de si a sentença de sua eternidade infeliz, Pois então, irá ele dizendo, todas estas penas, este fogo, estes gritos, nunca mais acabarão para mim? Não lhe será respondido, não, jamais. E durarão sempre? Sempre por toda a eternidade, sempre, verá, escrito naquelas chamas que queimam; sempre, naquelas portas eternamente fechadas para ele. Ó eternidade! Ó abismo sem fundo! Ó mar sem praias! Ó caverna sem saída! Quem não tremerá ao pensar em ti? Maldito pecado! Que tremendo suplícios preparas para quem te comete! Ah! Nunca mais, nunca mais pecados durante  a minha vida.

3-      Mas o que te deve encher de pavor é pensar que aquela horrível fornalha está sempre aberta debaixo de teus pés e que é suficiente um só pecado, mortal para lá te fazer cair. Compreendes bem, ó alma, o que estás lendo? Uma pena eterna por um só pecado mortal, que  cometes com tanta facilidade. Uma blasfêmia, uma profanação dos dias santos, um furto, um ódio, uma palavra, um ato, um pensamento obsceno basta para seres condenado ás penas do inferno. Escuta, pois, ó cristão, o meu conselho; Si a consciência te acusa de algum pecado, vai depressa confessar-te para começar uma vida boa. Põe em pratica todos os meios que te indicar o confessor, Si for necessário, faze uma confissão geral. Promete que has de fugir das ocasiões perigosas, das más companhias e si Deus te indicasse até que deve deixar o mundo, segue logo a sua voz. Tudo o que se fizer para evitar uma eternidade de tormento sé poucos, é nada. Nulla nímia securita, ubi periclitatur aeternitas.(S.Bern.). Óh! Quantos na flor da idade abandonaram o mundo, a pátria, os parentes, foram viver isolados nas cavernas, nos desertos, alimentando-se somente de pão e agua, e até ás vezes só de raízes, e tudo isto para evitar o inferno! E tu que fazes, depois de tantas vezes que merecestes o inferno com o pecado, que fazes? Lança-te aos pés do teu Deus e dize-lhe: ¨Senhor estou pronto a fazer o que Vós quiserdes; nunca mais vos tenho ofendido; mandai-me todos os sofrimentos que quiserdes durante esta vida, contanto que eu possa salvar a minha alma¨.
                      
SABADO
O PARAISO

1-        Quanto nos apavora o pensamento e a consideração do inferno, igualmente nos consola a lembrança do Paraíso, preparado por Deus para todos os que o amam e o servem durante esta vida. Para que possas fazer dele uma ideia, contempla uma noite serena como é belo contemplar o Céu com aquela multidão e variedade de estrelas! Umas menores, outras maiores: enquanto umas despontam no horizonte, outras estão prestes a desaparecer; todas porém com boa ordem e segundo a vontade do seu Criador. Acrescenta a isto a visão de um belo dia, mas de tal forma que o esplendor do Sol não ofusque a claridade das estrelas e da Lua. Supõe, além disto, ter a mão tudo o que de belo se pode encontrar no mar, na terra, nos povoados, nas cidades, nos paços dos reis e dos monarcas do mundo inteiro. Acrescenta a isto as bebidas mais delicadas, os alimentos mais saborosos, a música mais doce, a harmonia mais suave. Pois bem: tudo isto junto não é nada em comparação da excelência, dos bens, dos gozos o Paraiso. Oh! Como bem mercê ser desejado e ardentemente amado aquele lugar onde se goza de todos os bens! O bem-aventurado não poderá deixar de exclamar: Estou saciado da glória do Senhor: Satiabor cum apparuerit glória tua.

2-        Considera, além disso, o gozo que inundará a tua alma ao entrares no Paraiso. O encontro e o acolhimento; a nobreza, a beleza dos Querubins, dos Serafins, de todos os Anjos e de todos os Santos, que aos milhões e milhões, louvam o Criador; o coro dos Apóstolos, a multidão imensa dos Mártires, dos confessores, das Virgens. Há também um exercito enorme de almas que, por terem conservado a virtude da pureza, cantam a Deus um hino que ninguém mais pode entoar. Oh! Quantos gozam naquele reino os bem aventurados! Sempre mergulhados na alegria, sema menor doença, sem desgosto e preocupações que perturbam a sua paz e o seu gozo.

3-        Considera, além disso, ó alma que todos os bens até aqui considerados são um nada em comparação do grande prazer que se experimenta na visão de Deus. Ele alegra os bem-aventurados com o seu olhar amorável e derrama no seu coração um mar de delicias. Da mesma forma que o Sol ilumina e embeleza o mundo inteiro, assim Deus, com a sua presença ilumina todo o Paraiso e enche os seus afortunados habitadores de gozos inefáveis. Nele hás de ver, como em um espelho, todas as cousas, gozarás de todos os prazeres da mente e do coração. São Pedro no Monte Tabor, por ter visto um só vezo rosto de Jesus radiante de luz, ficou repleto de tanta doçura que exclamou fora de  si: Senhor bom é para nós que fiquemos aqui: Dómine, bónum est nos hic esse. E lá teria ficado para sempre. Que prazer não será pois contemplar, não, por um instante, mas para sempre, para sempre gozar desse rosto divino que enleva os Anjos e os Santos e que aformoseia todo o Paraiso! E a beleza e amabilidade de Maria, de que prazer deve também encher o coração do bem-aventurado! Oh! Sim! Quanto são amáveis os teus tabernáculos, ó Senhor! Quam dilecia, tabernacula tua, Dómine virtutuium! Por isso os coros dos Anjose dos bem-aventurados cantam a sua glória dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos. A Ele seja dada honra e glória por todos os séculos.  Coragem pois ó alma; neste mundo terá que sofrer alguma cousa, mas não importa; o que hás de receber no Céu compensará infinitamente todos os teus sofrimentos, Que consolação não será a tua quando te encontrares no Céu, na companhia dos parentes, dos amigos, dos Santos, dos Bem-aventurados e exclamares: Estou salvo e estarei sempre com Deus; Semper cum Dómino  erimus. Então é que hás de abençoar a hora em que abandonaste o pecado a hora em que fizeste aquela boa confissão e começaste a frequentar os sacramentos e te entregaste à virtude; e cheio de gratidão te volverás para o teu Deus e cantarás seus louvores e sua glória por todos os séculos.
                                  
DOMINGO
FIM DO HOMEM

1-      Considera, ó alma, como Deus, criando-te á sua imagem. Deu-te esta vida que possuis. Sem merecimento algum de tua parte, recebeu-te por filho adotivo, amou-te mais que um pai e criou-te afim de que o amasses, nesta vida, e o servisses, para gozá-lo depois no Paraíso. Não nasceste, pois, nem deves vive para deitar-te, fazer-te rico e poderoso, nem para comer, beber, e dormir, como os animais brutos, mas unicamente para glorificar teu Criador; nisto consiste todo o ser e a substancia do homem: servir a Deus e salvar-se. Todas as cousas criadas foram por Deus postas a teu uso, para que servissem de auxilio na consecução do teu grande fim. Quais terríveis remorsos, pois, sentirás na hora da morte, si te não aplicares em servir a Deus Que pesar, quando no ermo da vida percebes ter passado os dias em trabalhos e sofrimentos fora de teu fim e que não resta naqueles momentos si não um nada de todas as riquezas, honras, glórias e prazeres! Assombrar-te-ás vendo como por simples vaidades e  cousas insignificantes puseste em tão grande perigo a salvação eterna, sem poder ao menos refazer o mal praticado e não mais dispor de tempo para entrar no bom caminho. Que desespero! Que tormento! Verás então- e tardiamente – quanto vale o tempo! Quererias recupera-lo, com prejuízo de todas as riquezas, mas impossível! Oh, dia doloroso esse, para quem não serviu e não amou a Deus!

2-      Considera, portanto, a importância em alcançares teu grande fim. Seu valor, é superante, está acima de tudo o mais; porque si o conseguires estarás salva, serás eternamente feliz, gozarás todo bem na alma e no corpo. Si, contrariamente, não o atingires, perderás  alma e corpo, Paraiso e Deus, e serás para sempre desgraçado e eternamente um réprobo. Portanto este é o negócio dos negócios, o único útil, o único necessário, o único importante; servir a Deus e salvar-se. Si perdemos agora uma possessão, fica uma segunda; um erro qualquer temporal cometido pode ser emendado; mas, si não obténs o fim de tua vida, perdes todos os bens e adquires irremediavelmente todos os males para a eternidade infeliz. De que vale ao homem, diz o Senhor, conquistar odo o mundo e vir a perder sua alma? Este é tão somente o nosso único trabalho: salvarmo-nos. Pobre de mim há tantos anos sirvo ao mundo, este mundo falaz e traidor! Dele que  encontro? A vida consumada, o coração aflito. Deus ofendido, a alma dolorida, o Céu que perdi o inferno merecido!  Pai das luzes. Atrai-me para o vosso amor, deste século perverso.

3-      Considera, como este negocio eterno é de todos o mais descurado. Em tudo pensamos, na salvação nunca. Para tudo há tempo, menos para a alma. Si dizemos a um mundano, que frequente os sacramentos, que faça meia hora de oração ao dia, responde logo: tenho filhos, propriedades para tratar, outros serviços me prendem a atenção. O Deus! E não tens a alma para salvar? Estás por acaso no mundo para  desfruir as cousas vãs e transitórias?  Não, mas para glorificar teu Criador e merecer o reino do Céu. Que loucura rematada procurar-se demasiadamente com o que há de acabar tão depressa, e quase nada pensar no que jamais terá fim! Considera. Cristão e dize interiormente, contigo mesmo: Tenho uma alma; si a perco vai-se tudo juntamente com ela. Tenho uma alma, si, com prejuízo desta, ganho todo um mundo, de que me adianta? Si acumulo riquezas, si aumento a casa, si nobilito os filhos, e perco a minha alma, tiro dai algum bem? A fruição de um gozo nesta vida é momentânea, na outra, é externa. O sofrimento neste mundo é breve, mas no inferno as penas não tem fim. A alma  que eu tenho, que é verdadeiramente minha, si a perco uma vez, esta perdida e não há mais remédio para este erro; portanto não devo pensar em salvar-me?

domingo, 29 de novembro de 2015

Como rezar o Santo Rosário?

Como rezar o Santo Rosário?

Como rezar o terço

O Rosário "Terço" consiste em duas realidades: a oração mental e a vocal, sendo a primeira caracterizada pela meditação dos mistérios de vida, morte e glória de Nosso Senhor e de Sua Mãe Santíssima, e a segunda consiste em rezar as quinze dezenas de Ave-Marias precedidas pelo Pai-Nosso.


Disposições para Bem Rezar

- Estar em estado de graça, ou pelo menos com esse propósito.
- Com atenção, evitar as distrações voluntárias.
- Controlar a imaginação, para não ser dominado pelas distrações involuntárias.
- Recusar as insinuações do demônio, que trabalha fortemente para que acreditemos que será inútil rezar o

Rosário, pelo fato de ser orações repetitivas, colocando argumentos como:

“Faça uma meditação de 30 minutos, é melhor...”; então jamais pare de rezar um Rosário, mesmo que você não tenha nenhuma devoção sensível.


Divisões

O Rosário é dividido em 15 mistérios. Pode ser rezado os quinze de uma vez, ou ser dividido em 3 terços.

***







Começando a Rezar o Terço ou o Rosário:

+ Pelo Sinal da Santa Cruz + Livrai-nos Deus, Nosso Senhor + dos nossos Inimigos. + Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, Amém.

V. Deus in adjutorium meum intende.
R. Domine, ad adjuvandum me, festina.
Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos. Amém.

Oferecimento:
Divino Jesus, eu Vos ofereço este Terço que vou rezar contemplando os mistérios de nossa Redenção. Concedei-me, pela intercessão de Maria, vossa Mãe Santíssima, a quem me dirijo, as virtudes que me são necessárias para bem rezá-lo e a graça de ganhar as indulgências anexas a esta devoção. (Ofereço-Vos, particularmente, este terço por...)

Credo - Segurando a Cruz, reza-se:

Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra; e em Jesus  Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu na Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado morto e sepultado; desceu aos infernos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos;   creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.

Pai-Nosso - Segura-se a primeira conta grande e reza-se:

Padre nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixeis cair em tentação; Mas livrai-nos do mal.Amém.

Ave-Maria - Nas próximas três contas menores, reza-se:

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.Amém.

Glória - Na próxima conta grande, reza-se:

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos. Amém.

Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, e socorrei principalmente as que mais precisarem.

***

Mistérios


Agora, anuncia-se o primeiro mistério dos cinco (ou dos quinze, se for um rosário completo que será rezado ininterruptamente) que vai ser meditado ao decorrer de 10 ave-marias.





(Segundas-feiras, Quintas-feiras)
1. Anunciação do Arcanjo São Gabriel a Santíssima Virgem;
2. Visita de Maria Santíssima à sua prima Santa Isabel;
3. Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo em Belém;
4. Apresentação do Menino Jesus no Templo e Purificação de Maria Santíssima;
5. Encontro de Jesus no templo entre os doutores da Lei.




(Terças-feiras e Sextas-feiras)

1. A Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras;
2. A Flagelação de Nosso Senhor Jesus Cristo;
3. A coroação de espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo;
4. Nosso Senhor Jesus Cristo carregando a Cruz (Subida dolorosa ao Calvário);
5. A Crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo.




(Quartas-feiras, Domingos e Sábados)

1. A Ressurreição gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo;
2. Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo aos Céus;
3. A descida do Espírito Santo sobre os Nossa Senhora e os apóstolos reunidos no cenáculo (Pentencostes);
4. A Assunção de Nossa Senhora aos Céus; 
5. Coroação de Nossa Senhora, como Rainha dos Céus e da Terra,e de todos os santos e anjos.

Reza-se: "Neste primeiro mistério contemplamos..."


Depois reza-se o Pai-nosso na conta grande, e segue o rosário nas 10 contas menores, rezando uma ave-maria em cada conta.

Acabadas as ave-marias, reza-se o Glória ao Pai*, e depois a oração ensinada pelo Anjo de Fátima aos pastorinhos: Ó Meu Jesus...


Depois, anuncia-se o segundo mistério, e segue o mesmo esquema acima. Para facilitar, segue-se a gravura abaixo:




Terminado o Quinto (ou o Décimo quinto, se estiver rezando um rosário todo) reza-se:

Agradecimento:
Infinitas graças Vos damos, soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de vossas mãos liberais. Dignai-Vos, agora e para sempre, tomar-nos debaixo do vosso poderoso amparo, e, para mais Vos agradecer, Vos saudamos com uma Salve Rainha...

Salve-Rainha
Salve, Rainha, Mãe de Misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce, sempre virgem Maria. Rogai por nós, santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

Terminado o terço ou o rosário, usualmente reza-se a Ladainha de Nossa Senhora ou Ladainha Lauretana após o terço.

***

Recomendamos a leitura sobre a importância de se ter devoção ao Rosário, que transcrevemos abaixo:

"O Rosário é mais valioso que os salmos, pois: Assim como a realidade é mais importante que a prefiguração, e o corpo mais importante do que a sombra, da mesma forma o Rosário é mais grandioso que o Saltério de Davi que nada mais fez que prefigurá-lo."(São Luís de Maria G. de Montfort). 
(Extraídas do livro: O Segredo do Rosário - São Luís Maria Grignion de Montfort)


Oração vocal e mental:

- O Rosário consiste em duas realidades: a oração mental e a vocal, sendo a primeira caracterizada pela meditação dos mistérios de vida, morte e glória de Nosso Senhor e de Sua Mãe Santíssima, e a segunda consiste em rezar as quinze dezenas de Ave-Marias precedidas pelo Pai-Nosso.

Enfim, o Rosário torna-se uma mistura bendita de oração vocal e oração mental.


Meditação dos mistérios:

- São Domingos fez essa divisão dos mistérios no Rosário.

"O cristão que não medita sobre os mistérios do Rosário é muito ingrato a Nosso Senhor e mostra o quão pouco ele se preocupa por tudo que o Salvador Divino sofreu para salvar o Mundo." (São Luís de Maria G. de Montfort)

Os cristãos devem ter sempre em vista a vida de Nosso Senhor e de Nossa Senhora, e tê-las como exemplo, e para nos ajudar nessa tarefa, foi que ela ordenou a São Domingos que ensinasse ao fiel a meditar nos mistérios sagrados.

“Devemos lutar, como se fosse num campo de batalha, para a aquisição de todas as virtudes que o Santo Rosário nos incita a imitar”. (São Tomás de Aquino)



Cuidado com o orgulho no progresso espiritual
“Se, pela graça de Deus, você já alcançou um alto nível de oração, mantenha a prática de rezar o Santo Rosário. Pois nunca ninguém que reza o Rosário diariamente se tornou um herege formal ou foi enganado pelo demônio. Esta é uma declaração que eu alegremente assino com meu sangue.” (São Luís de Maria G. de Montfort)


Defeitos ao se rezar o Rosário

- Nunca pedir alguma graça.

- Querer chegar ao fim, o quanto antes.

“É lamentável ver como a maioria das pessoas rezam o Santo Rosário, extremamente rápido e murmurando, fazendo com que as palavras não sejam pronunciadas claramente.” (São Luís de Maria G. de Montfort).


Segue método com pausas (locais com †) retiradas do próprio livro:

Pai Nosso, que estais no Céu, † santificado seja o Vosso nome, † venha a nós o Vosso Reino, † seja feita a Vossa vontade, † assim na Terra como no Céu. † O pão nosso de cada dia † nos dai hoje; † e perdoai as nossas dividas, † assim como nós perdoamos os nossos devedores; † e não nos deixeis cair em tentação, † mas livrai-nos do mal. Amém

Ave Maria, cheia de graça, † o Senhor é convosco, † bendita sois vós entre as mulheres † e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus, † rogai por nós pecadores, † agora e na hora de nossa morte. Amém


Rezá-lo sem reverência, é necessário tomar cuidado com nossa posição corporal, quando possível rezar ajoelhado, mas podendo também ser rezado no trabalho ou nos afazeres do lar, porque o trabalho das mãos não é de forma alguma obstáculo à oração vocal.

Rezando em grupo

- Há várias formas de rezar o Santo Rosário, mas a que o diabo mais teme, é a de rezar ou cantá-lo publicamente em dois grupos.
- Normalmente nossas mentes ficam mais atentas quando estamos em grupos.
- A oração de cada um pertence a todos, e estas se juntam em uma oração ainda maior, sendo que na mesma reunião a oração do que está mais forte sustenta a do que está fraco.
- Se você reza com mais 30 pessoas, obtêm-se os méritos de 30 rosários.

“A oração pública é muito mais poderosa que a oração individual para apaziguar a ira de Deus e obter Sua Misericórdia”. (São Luís de Maria G. de Montfort)

Indulgências

- Os fiéis quando recitarem a terça parte do Rosário (terço) com devoção podem lucrar: Uma indulgência de 5 anos (Bula "Ea quae ex fidelium", Sixto IV).
- Se rezarem a terça parte do Rosário em companhia de outros, uma indulgência de 10 anos, uma vez ao dia.
- Aqueles que piamente recitarem a terça parte do Rosário na presença do Santíssimo Sacramento, uma indulgência plenária, sob condição de confissão e Comunhão.
- Os fiéis que durante o mês de Outubro recitarem no mínimo a terça parte do Rosário, publica ou privadamente, podem lucrar: uma indulgência de 7 anos por dia.
- Uma indulgência de 500 dias pode ser lucrada uma vez ao dia pelos fiéis que, beijando o Santo Rosário que carregam consigo ao mesmo tempo recitarem a primeira parte da Ave Maria até “Jesus”. (Sagrada Congregação da Penitenciária Apostólica. 30 de março de 1953).

Promessas de Nossa Senhora a quem reza o Rosário


Nossa Senhora abre o Seu coração Maternal a São Domingos e lhes faz estas promessas para quem rezar devotamente seu Rosário todos os dias:

1. Quem me servir constantemente rezando o Rosário, receberá uma graça especial;
2. Aos que rezarem devotamente o Rosário prometo minha especialíssima proteção e graça;
3. Será arma poderosíssima contra o inferno, destruirá os vícios, os pecados e abaterá as heresias;
4. O Rosário fará florescer as virtudes e as boas obras, atrairá as almas copiosas bênçãos de Deus, e substituirá o amor pelas coisas terrenas e mundanas pelo amor de Deus;
5. A alma que por meio do Rosário recorrer a mim não perecerá;
6. Todo aquele que rezar devotamente o Rosário contemplando os mistérios, não será oprimido pelas desgraças, não será castigado pelas justiças de Deus e não morrerá de morte repentina, mas se converterá se for pecador, se conservará na graça se for justo e se fará digno da vida eterna;
7. Os verdadeiros devotos do meu Rosário não morrerão sem antes receber os sacramentos;
8. Os que rezarem meu Rosário terão em vida na morte e na luz e a plenitude da graça, serão admitidos à participação dos méritos dos santos;
9. Os devotos do meu Rosário que forem para o purgatório, Eu os libertarei no mesmo dia;
10. Eles terão grande Glória no céu;
11. Tudo o que for pedido pelo Rosário será concedido;
12. Os que propagarem o meu Rosário, serão por mim socorrido em todas as necessidades;
13. Eu alcançarei de Meu Filho que todos os devotos do Rosário tenham por irmãos toda a corte celeste em vida e na morte;
14. Todos os que recitam o meu Rosário são meus filhos e irmãos de Jesus Cristo, meu Unigênito;
15. A devoção de meu Rosário, é um grande sinal de salvação.

Fonte: Grupo São Domingos de Gusmão
Visto em: http://tradicaocatolicateixeiradefreitas.blogspot.com.br/p/o-rosario-consiste-em-duas-realidades.html.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

O Milagre da Escada de São José.


O Milagre da Escada de São José.





O Milagre da Escada de São José.


        A piedosa tradição
Há na cidade de Santa Fé, no Estado do Novo México, EUA, uma capela conhecida como Loretto Chapel. Nela destaca-se uma bela e despretensiosa escada. A piedade tradicional atribui a construção a São José.
Cidade de Santa fé, no Estado do Novo México nos EUA.
Em 1898 a Capela passou por uma reforma. Um novo piso superior foi feito, porém faltava a escada para subir. As Irmãs consultaram os carpinteiros da região e todos acharam difícil fazer uma escada numa Capela tão pequena.
As religiosas, então, rezaram uma novena a São José para pedir uma solução. No último dia da novena, apareceu um homem com um jumento e uma caixa de ferramentas. Ele aceitou fazer a escada, porém exigiu que fosse com as portas fechadas.
Meses depois a escada estava construída como queriam as Irmãs. No momento de pagar o serviço, o homem desapareceu sem deixar vestígios. As religiosas puseram anúncios no jornal local e procuraram por toda a região sem encontrar quaisquer notícias ou informações sobre o ignoto carpinteiro. Nesse momento as Irmãs perceberam que o homem poderia ser São José, enviado por Jesus.
Há vários elementos que reforçam a aura de piedoso mistério que envolve a construção da escada: A madeira utilizada não é da região, e ninguém sabe como foi parar lá. Também não foi utilizado prego na escada, apenas pinos de madeira.
Além do mais, hoje soa misterioso que ela se mantenha em pé pois é do tipo caracol e não tem apoio central. Na verdade apenas um apoio colateral metálico foi acrescentado a posteriori que não resolve a essência do incógnita. Diz-se que engenheiros e arquitetos não conseguiram desvendar a física por trás da obra.
Por fim, a escada tem 33 degraus, a idade de Jesus Cristo, o que reforça ainda mais a suposição de um fenômeno de origem sobrenatural.
A Capela recebe em média 200 casamentos e mais de 250 mil visitantes por ano. Ela ficou conhecida como a Escada Milagrosa. Grande número de artigos e programas de TV foram dedicados a ela e seus “mistérios”.
O milagre Segundo São Tomás de Aquino.
Milagre equivale a cheio de admiração, quer dizer, aquilo que tem uma causa oculta em absoluto e para todos. Esta causa é Deus.
“Portanto, chamam-se milagres aquelas coisas feitas por Deus fora da ordem de causas conhecidas por nós. (...) O milagre é uma obra difícil porque excede a natureza. Pela mesma razão se diz que é insólito porque acontece fora da ordem costumeira.” (Suma Teológica, I, q. 107, art 7).
Santo Tomás divide os milagres em três categorias:
A primeira, e a mais impressionante, é a dos fenômenos que contradizem as regras da natureza. Por exemplo, se o sol voltar atrás ou parar. Estes são os milagres maiores.
A segunda categoria é a dos fatos admiráveis produzidos por alguém ou algo que não tem capacidade para realizá-los. Por exemplo, um santo ressuscitar um morto ou fazer andar um paralítico.
O santo, por exemplo, é um ser humano e não pode fazer isso, logo se conclui que interveio a propósito dele uma força superior capaz de fazer o prodígio. E esta força só pode ser sobrenatural, Angélica ou Divina. São os milagres de segunda grandeza.
Por fim, a terceira categoria, é a dos fatos que excedem a natureza pelo modo e pela ordem que são produzidos. Por exemplo, um encadeamento de fenômenos que é inexplicável para os homens. Em si cada elo da corrente é explicável, mas a sucessão é tão rara que na prática nunca acontece.
Enche de maravilha por tanto que aconteça, e tem propósito falar de milagre, pois interveio uma causa sobrenatural que fez funcionar a natureza com um modo e com uma ordem que maravilha aos homens. É a categoria ínfima dos milagres.
Fonte: Site Oficial da Capela. http://www.lorettochapel.com/staircase.html

Quem é São José?

Quem é São José?




São José é um grande intercessor que temos diante de Jesus. Nunca tarda em nos ajudar a conseguir alguma graça que desejemos, desde que a peçamos com fé.

Tudo o que sabemos de São José é o que nos conta a Sagrada Escritura: que era um homem justo, temente a Deus e aceitou dar sua vida para criar e educar um filho que não era seu (afinal Jesus era filho de Deus). A Escritura Sagrada diz que era carpinteiro (Mt13,55) e pobre, tanto que quando foi levar Jesus ao Templo para ser circuncidado e Maria purificada, ofereceu como sacrifício de um par de rolas, permitido apenas àqueles que não tinham condições de comprar um cordeiro (Lc2,24). Embora sendo pobre, José era de linhagem real, da descendência do rei Davi (Mt1,1-16 e Lc3,23-28).

Era um homem bom compassivo e carinhoso, características de um justo. Quando soube da gravidez de Maria, não sendo seu o filho que ela esperava, planejou deixá-la silenciosamente para não a expor à vergonha e crueldade, porque naquela época, as mulheres acusadas de adultério eram apedrejadas até à morte (Mt19,20).

José foi também um homem de fé e obediente. Quando o anjo do Senhor em sonho lhe revelou a mistério sobre a criança que Maria trazia no ventre, imediatamente e sem questionar ou preocupar-se com fofocas, a tomou como esposa. Quando o anjo lhe apareceu novamente para avisa-lo do perigo que a sua família corria, imediatamente deixou tudo o que possuía, bem como os parentes e amigos e partiu para um país estranho e lá permaneceu, aguardando pacientemente até que o anjo do Senhor, no devido tempo, o instruiu para retornar (Mt2,13-23).

Quando Jesus ficou no templo, perdido dele e da mãe, José, junto com Maria, procurou-o com grande ansiedade até encontra-lo ao fim de três dias (Lc2,48). Tratava Jesus como seu próprio filho, a tal ponto que os habitantes de Nazaré repetiam constantemente em relação a Jesus "Não é ele o filho de José?" (Lc4,22).

José teve uma morte linda, como muitos gostariam de ter, ao lado de Jesus e de Maria.

São José é invocado em casos de doença, junto a agonizantes, em casos de dificuldades financeiras e pelas famílias. Na ladainha em sua honra é invocado como terror dos demônios.


Mas não são só nesses os casos em que é invocado. A sua intercessão é para qualquer situação como diz Santa Tereza D' Ávila (Vida, cap.6n.6-8): "Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e encomendei-me muito a ele... Causa espanto as grandes mercês que Deus me fez por meio desse bem aventurado Santo, dos perigos que me livrou tanto do corpo como da alma. A outros santos parece que o Senhor lhes deu graças para socorrer em determinada necessidade. Mas deste glorioso santo tenho experiência que socorre em todas... Só peço, por amor de Deus, que o prove quem em mim não acreditar e verá por experiência o grande bem que é encomendar-se a este glorioso patriarca e lhe ter devoção".

terça-feira, 27 de outubro de 2015

1ª VEZ NA MISSA TRIDENTINA?

1ª VEZ NA MISSA TRIDENTINA?


Para quem assiste pela primeira vez a uma Missa Tridentina




por Giulia d'Amore



Salve Maria!
Se você ainda não assistiu a uma Missa Tridentina (também conhecida como “Missa de Sempre” ou ainda “Missa Antiga”), quatro aspectos lhe chamarão a atenção visual e a auditiva:

✤ visual: sacerdote voltado para o Altar e o Crucifixo atrás do Altar.
✤ auditiva: o silêncio e o uso do latim ao longo da celebração.

O Sacerdote voltado para o Altar: O padre está voltado para o Tabernáculo e para o Altar, uma vez que ele oferece o Santo Sacrifício da Missa. Alguns podem, a princípio, pensar que o padre dá as costas às pessoas. O que acontece, porém, é que o padre e os fieis estão voltados para o Altar ou versus Deum – para DEUS - e juntos oferecem suas orações durante a Missa. O Sacerdote vai a frente, conduzindo e liderando os fieis, em uma bela peregrinação até DEUS.

O Crucifixo: O Crucifixo fica atrás do Altar, lembrando-nos que aquele sacrifício da Cruz e o sacrifício da Missa são o mesmo sacrifício.

O Silêncio: As pessoas entram na Igreja em silêncio, para mostrar reverência pelo Santíssimo Sacramento no Tabernáculo e para se prepararem, sempre em silêncio, para a Missa. Também há períodos de silêncio durante o Canôn da Missa, enquanto o sacerdote está rezando silenciosamente no Altar. O silêncio deve ser guardado também depois da Missa, ao sair da igreja.

A Língua Latina: Com exceção do sermão, o padre reza toda a Missa em latim, a língua oficial da Igreja Católica Apostólica Romana. O Ordinário da Missa (ou Missal Romano Quotidiano) contém as orações fixas da Missa. Na mesma página, você encontrará as orações em latim (a direita) e em português (a esquerda), isso lhe ajudará a acompanhar a Missa. Além disso, ao final, encontram-se alguns cantos que poderão ser entoados na Missa. A Epístola e o Evangelho mudam de dia para dia, conforme o calendário litúrgico da Igreja e nos auxiliam no culto a DEUS. Com o tempo, você aprenderá a manejar o Missal, que é dispensável, se preferir acompanhar a Missa em silêncio ou rezando o terço.

* O site Missa Gregoriana, importante fonte de informações sobre a Missa Tridentina, disponibiliza uma pequena explicação sobre a pronúncia dos fonemas em latim, bem como o áudio do Canôn da Missa, tanto a parte que cabe ao Sacerdote, como as respostas dos fiéis, para treinar ouvido pronúncia. Você verá o quão suave é o latim litúrgico, que imprime uma dignidade adicional à Santa Missa. Há fieis que se acostumam logo de cara, outros levam mais tempo, mas o nosso Português tem a vantagem de ser próximo ao latim, e, com o tempo, acompanhar a Missa passa a ser fácil.

Acompanhando a Missa


Como mencionado acima, há aquelas leituras e orações que mudam de acordo com o calendário litúrgico e nos auxiliam no culto a Deus. Entretanto, na obra de São Leonardo de Porto Maurício, que escreveu um breve tratado sobre as Excelências da Missa, podemos encontrar inspiração para adotar com fervor um método de assistir à Santa Missa Gregoriana. Também é disponibilizado um escrito de Santo Afonso Maria de Ligório intitulado A Grandeza do Santo Sacrifício da Missa.

O que eu devo fazer?

✤ De pé, sentado ou ajoelhado?

Se você está indeciso ou não sabe quando ficar de pé, sentar-se ou ajoelhar, e se o Missal não traz as marcações, simplesmente siga aqueles à sua volta.

✤ As Respostas:

Na Missa Tridentina, os coroinhas respondem para o Sacerdote. A forma mais importante de participação dos fiéis é a participação interior, por meio da qual prestamos atenção à Missa e elevamos nossos corações e mentes emoração silenciosa. Contudo, se você desejar se unir àquelas respostas e está familiarizado com a pronúncia das respostas em latim, você poderá fazê-lo onde está indicado no Missal, pelo símbolo: R.

A Santa Comunhão


Na Missa Tridentina, se recebe a comunhão de joelhos, na mesa de comunhão. Quem não puder ajoelhar-se, pode obviamente receber a comunhão de pé. A nossa Capela tem, mas se a igreja não tiver a mesa de comunhão, via de regra se usa o degrau do altar. Observe onde os fiéis se ajoelham para comungar e faça o mesmo.
Recebe-se a Hóstia sobre a língua (na boca), não nas mãos. Além disso, não se responde “Amém” para o padre; ele o fará por você enquanto você recebe a Santa Comunhão.

A Igreja Católica Apostólica Romana permite receber a Comunhão ao Católico que estiver em estado de graça, guardar o jejum eucarístico e saber Quem vai receber. Está em estado de graça aquele católico que se confessouvalidamente de todos os pecados mortais ao padre antes da Missa. 

Em que consiste o jejum eucarístico?
O jejum eucarístico é o fato de se comungar sem nenhum alimento comum no estômago, em honra à Santíssima Eucaristia.
O espírito do jejum eucarístico é de receber a Santa Comunhão como primeiro alimento do dia. Quando o Papa Pio XII modificou a disciplina do jejum eucarístico, devido à guerra, salientou que todos os que podiam deviam praticar esse jejum, chamado natural: só tomar alimento depois da comunhão. Quem assiste à Santa Missa cedo pode, muitas vezes, praticar esse jejum.
Apesar da lei eclesiástica em vigor determinar apenas uma hora antes da comunhão para o jejum eucarístico, todos os padres sérios pedem a seus fiéis que se esforçem para deixar três horas, visto que uma hora não chega a ser nem mesmo um sacrifício.
Caso as crianças ou pessoas debilitadas precisarem tomar algo antes da comunhão, com menos de três horas, procurem, ao menos, tomar apenas líquido, um copo de leite, por exemplo.
É sempre bom lembrar que a água pura não quebra o jejum. 

Porém, tendo se alimentado com menos de uma hora antes da hora da comunhão, não se deve, de modo algum, se aproximar do Altar.

Que pecado comete quem comunga em pecado mortal?
Quem comunga em pecado mortal comete um grave pecado chamado sacrilégio.

O que deve fazer quem deseja comungar e encontra-se em pecado mortal?
Quem deseja comungar e encontra-se em pecado mortal não pode receber a Comunhão sem recorrer antes ao sacramento da Penitência, pois para comungar não basta o ato de contrição.

É importante lembrar que a parte principal da Missa é o Sacrifício incruento de Nosso Senhor sobre o Altar. Na impossibilidade de se confessar para comungar, o fiel pode fazer o que se chama de comunhão espiritual.

Santo Afonso Maria de Ligório apresenta-nos uma oração belíssima que nos ajuda a entender como é essa comunhão espiritual:
“Creio ó meu Jesus, que estais presente no Santíssimo Sacramento. Amo-vos sobre todas as coisas e desejo-vos possuir em minha alma. Mas como agora não posso receber-vos sacramentalmente, vinde espiritualmente ao meu coração. E, como se já vos tivesse recebido, uno-me inteiramente a vós, não consintais que de vós me aparte”.

Vestimenta


É solicitado a todos – homens e mulheres – que venham à Missa vestidos como requer a modéstia católica, uma vez que:

✤Estamos na presença do Santíssimo Sacramento; e
✤As nossas roupas não devem causar distração àqueles que estão em nossa volta.

Homens e mulheres estão convidados a se apresentarem com roupas que demonstrem respeito e veneração pela a dignidade do Mistério que se celebra – o Sacrifício Incruento de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre o Altar - e a terem um comportamento nobre e respeitoso. Dispensam-se, assim, toda conversa, toda bermuda, todo short, todo decote, mangas cavadas, todas as roupas transparentes, justas e acima dos joelhos e o uso de celulares. As mulheres usem vestido/saia. 
Ninguém que não esteja adequadamente trajado pode, a princípio, ser expulso de uma igreja. A caridade manda acolher a todos. Contudo, espera-se que as pessoas tenham o bom senso de entender o por que de usar de modéstia e decoro dentro de uma igreja e evitem chamar a atenção para si. A pessoa que mais importa na Missa é Nosso Senhor. A Ele devem ser dirigidos todos os olhares.
Abro um parêntese para falar um pouco sobre os trajes: 

Para os homens, o bom gosto e a modéstia, juntos, indicam que devem escolher cores sóbrias em suas vestimentas e evitar o estilo esportivo, que não é adequado nem mesmo em ocasiões festivas. O estilo esportivo é para praticar ou assistir a esportes. O ideal seria o traje passeio completo, tendo em vista que uma Missa pode ser comparada, em termos de vestimenta, a um evento social de importância relevante. Mas, dentro das possibilidades de cada um, pode-se optar (até por ser mais adequado a nosso clima campograndense) pelo chamado traje passeio ou tenue de ville (traje esporte fino é uma denominação que não existe): 
Mais caprichado que o traje esporte, mas não tão sofisticado quanto o passeio completoou social, mesmo durante o dia não dispensa o blazer, com ou sem gravata. Se for de terno (mais aconselhável) pode utilizar cores mais claras. À noite o terno é escuro. As camisas podem ter botão no colarinho e os sapatos podem ser de amarrar. Pode usar um modelo menos clássico e evite sapatos com brilho (como os envernizados). Modelos com pesponto ou bico quadrado são uma opção moderna para fugir do estilo clássico, sem perder a elegância. Com roupas claras prefira os tons de marrom que combinam melhor, sem risco de comprometer o seu visual (Maximu's Rigor).
Para as mulheres, infelizmente, o mesmo site não serve, porque a "moda" alterou o significado dos termos "passeio" ("tenue de ville") e "passeio completo" para as senhoras e senhoritas, levando-as a vestir trajes imodestos e de gosto duvidoso. Contudo, mesmo ao usar saias e vestidos, as mulheres devem usar de bom senso, para não acabar atraindo a atenção sobre si pelo mau gosto. Escrúpulo não é virtude. Deselegância não é virtude. Para ser modesta, uma mulher/moça não deve necessariamente deixar de ser atraente e se vestir como uma hippie, por exemplo, com saias longas demais, que acabam se sujando, ao serem arrastadas pelo chão. A se levar ao pé da letra a "moda antiga", o certo seria que as mulheres se vestissem, hoje, como se vestia Nossa Santíssima Mãe, mas o bom senso nos diz que isso não se deve fazer. Assim, evitem usar roupas de 1920, porque não há virtude nenhuma em chamar a atenção dessa forma. Basicamente, a modéstia pede roupas que fujam da "última moda",que cubram a pele e não exponham partes do corpo da mulher que, durante a Missa, possam atrair a atenção dos homens e o olhar (de inveja ou deploração) das outras mulheres. Li em algum lugar que o véu traz certa invisibilidade à mulher, porque somente Nosso Senhor deve atrair as atenções de todos na Missa. Modéstia no vestir deve traduzir essa invisibilidade.
Passeio ou tenue de ville feminino: Vestidos (saias) em tecidos leves, tailleur. Sapatos de salto médio ou alto. Jóias ou bijuterias discretas que combinem com a roupa. Maquiagem discreta para o dia e um pouco mais intensa para noite. Tecidos: linho, seda, crepe, viscose, musseline, organza, javanesa, etc. Para o dia, é mais clássico e discreto; para noite, é mais requintado. 
Passeio completo feminino: Os modelos dos vestidos e das saias são mais sofisticados, aceitam um pouco de brilho (a noite), os tecidos, embora não mudem muito na texutra (linho, seda, crepe, viscose, musseline, organza, microfibra, etc.), ganham em sofisticação e cores. Sapatos podem ser de salto médio ou alto (sem exageros). Bijuterias ou jóia mais incrementadas. Jóias, bijuterias e maquiagem acompanham o estilo do traje escolhido, sendo mais discreto de dia e mais elaborado à noite. Aqui, pode-se usar luvas curtas ou três quartos e chapéus: de abas largas para ambientes abertos e de abas curtas para lugares fechados.

* Sobre o uso da calça pelas mulheres, falaremos em um post a parte. De qualquer maneira, não se comunga de calça e sem véu.

VÉU:

As mulheres devem usar o véu na igreja. Isso é determinação de São Paulo Apóstolo, na Sagrada Escritura. Assim, as mulheres são encorajadas a usarem um lenço longo ou uma echarpe, na impossibilidade de se conseguir um véu. Ao fazerem isso, estarão expressando sua humildade e pureza diante de DEUS. 
Não há uma regra sobre a cor, mas costuma-se usar branco para as moças e preto para as senhoras casadas e viúvas. Os véus coloridos não são proibidos, mas se deve usar de bom senso e evitar cores berrantes, que chamem a atenção e distraiam os fieis durante a Missa.  
* A nossa Capela empresta véus para a Missa àquelas senhoras/senhoritas que ainda não têm um véu.  


Após a Missa


Você pode querer permanecer um pouco mais depois de Missa, para a ação de graças ou simplesmente para fazer companhia ao Santíssimo.

Aqueles que desejarem conversar são encorajados a fazê-lo do lado de fora da igreja, em voz baixa, em respeito ao Santíssimo.


Fonte de pesquisa: Missa Gregoriana
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